A Iveco teve como grande destaque na IAA 2024, realizada na Alemanha, seus modelos eMoovy e S-eWay, ambos voltados para a transição energética. A GATE, empresa digital financeira voltada para facilitar a aquisição desse tipo de veículo também teve boa exposição, ganhando uma área própria no estande da IVECO.
Entretanto, a estratégia da montadora para o Brasil é um pouco diferente. Carlos Fraga (foto), diretor de marketing da Iveco, comentou os status dessas novidades apresentadas na Alemanha, em relação ao Brasil. Além de explicar qual é, de fato, a estratégia da marca para atuar no mercado nacional
GATE no Brasil
“Temos estudos sobre isso. Queremos algo similar, não só focado em tecnologias alternativas, mas também no diesel. Acreditamos que no Brasil o diesel ainda vai ter uma longa vida, principalmente no segmento de longa distância. Então, queremos organizar algo mais abrangente”
Caminhões a gás no Brasil
“Na Europa nós temos um bom mercado de caminhões a gás há 20 anos, já comercializamos mais de 20 mil unidades por aqui desde então. Entretanto, no Brasil estamos dando os primeiros passos. Começamos essa jornada em 2022, com uma frota de 17 caminhões Hi-Way, em testes. Esses veículos continuam rodando, aliás. Estamos acompanhando e estão tendo resultados positivos até então.
Este ano nós vendemos os primeiros 25 caminhões S-Way a gás. (em abril deste ano, o Grupo Cetric comprou as primeiras unidades do modelo por aqui). Para o ano que vem o plano é começar a produção com maior volume. Nós acreditamos neste segmento como uma ponte para outras tecnologias.”
IVECO eMoovy no Brasil
“Na última IAA (2022) já tinham células de hidrogênio na Daily, mas era protótipo. Agora, o eMoovy chega como um veículo de série na Europa. Mas ainda estamos estudando a possibilidade para o Brasil, não temos data definida para entrar no mercado por enquanto.
Essa parceria com a Hyundai está dando os primeiros frutos. É uma parceria que se estende por toda área comercial, de produção e desenvolvimento.”
A estratégia da IVECO no Brasil
“Não existe bala de prata. Dependendo da dor do cliente, podemos ter tecnologia x ou y. Nao existe também uma tecnologia que vá morrer nos próximos 15 anos. Por isso acreditamos em um mix entre sustentabilidade e rentabilidade.
O Brasil, diferente da Europa, tem uma dimensão continental por si só e é muito forte no agro. Além de não ter a infraestrutura que existe por lá. Mas, para o Brasil, enxergamos que o gás é uma alternativa viável. O etanol precisa ser utilizado, essa é uma grande vantagem nossa em relação a outros mercados. Nosso potencial em geração de biocombustível é muito maior que na Europa.
Em relação aos custos, seja para elétrico ou hidrogênio, te digo não tem como baixar sem ter escala. Precisamos alcançar essa escala primeiro.”
IAA 2024 é “mais pé no chão”
Carlos Tavares, presidente da FTP, parceria da IVECO, completou fazendo um análise do clima na IAA Transportation 2024.
“Na última IAA existia um foco grande em células e elétricos. Agora nós vemos algo mais pé no chão. Isso porque nos últimos anos tivemos a guerra da Rússia, guerra de Israel, então a Europa sentiu o impacto que ela também não pode ser a única solução. E olhando pra capacidade do Brasil de gerar energia, a solução é multienergia. Usar essas matrizes de energias naturais. Talvez o nordeste será um grande polo de hidrogênio. Assim como a miscigenação da população, acredito que a solução será diversificada.”
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