Aquecimento da economia preocupa setor da Distribuição Urbana

Problemas de infraestrutura e violência também atrapalham o segmento nos grandes centros urbanos

O Transporte de Cargas é muito amplo e cada segmento especializado enfrenta não só os problemas gerais da categoria, como empecilhos próprios também. A Distribuição Urbana, ramo do transporte que atua especificamente nas cidades, é um dos mais caóticos.  Segundo o estudo Logística Urbana: Restrições aos Caminhões, divulgado em 2018 pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), circulavam pelos grandes centros urbanos brasileiros aproximadamente 96,7 milhões de veículos.

Para Marinaldo Barbosa, Diretor de Especialidade de Abastecimento e Distribuição do SETCESP, as dificuldades da categoria são amplas e estão interligadas.

A segurança é uma dificuldade e é algo muito sério em alguns locais de São Paulo, por exemplo. Isso acaba acarretando no custo do seguro e gera uma preocupação geral. Aproveito pra citar as janelas de horário de entrega, como em shoppings e outros locais. Isso é um problema sério, que dificulta a carga e descarga de mercadorias. Os motoristas precisam parar em locais não adequados e isso prejudica a questão da segurança, entre outros fatores.” 

Thiago Menegon, CEO da TDB Transportes, concorda com os apontamentos, mas  adiciona a preocupação com o planejamento das estregas. “Um dos principais desafios que enfrentamos no dia a dia é a elaboração dos roteiros de coleta e entrega para obtermos a produtividade necessária para custear a operação, pois o trânsito prejudica muito a produtividade dos veículos”.

Na busca pela melhora os aparatos tecnológicos surgem como auxiliadores. Hoje em dia se investe muito em tecnologia para ter informação. Big Data e uso da Inteligência Artificial para tomar as melhores decisões estão cada vez mais em pauta. Gerenciadores de carga e controles de rota já são indispensáveis. Marinaldo concorda que essa busca pelo máximo de informações possíveis é um dos pontos focais do setor, mas lembra que a questão mais preocupante ainda é a segurança. ” O principal é o cuidado com a carga e, por isso, as empresas investem em tecnologia para coibir roubos e assaltos. Rastreamento, telemetria, controle total dos veículos, controle das ações dos motoristas e monitorar tudo o que acontece com a mercadoria dos clientes na rua. Os roubos de carga a gente combate com tecnologia“.

As entregas ficaram menores depois da pandemia

O período de pandemia no Brasil foi um grande gatilho para o e-commerce e, por extensão, as entregas urbanas. O movimento, segundo Marinaldo, também mudou de perfil. “Hoje, aumentou o volume de cargas mas os pedidos ficaram menores e mais fracionados”.

Thiago lembra que no período entre março e novembro de 2020 a produtividade da frota de coleta e entrega mais que dobrou, já que o trânsito estava mais fluido. Entretanto, hoje em dia a coisa já voltou ao normal. “O volume de pessoas e veículos que voltou a circular pelas ruas é muito grande, até porque o trabalho híbrido não se encaixa em qualquer atividade e profissão. Talvez se tivessem mais pessoas trabalhando nesta modalidade poderíamos sentir melhor em fluidez de trânsito”.

Segmento preocupado

Depois de passar por tantas mudanças com início e fim do confinamento pela pandemia, o segmento, segundo o executivo do SETCESP, está preocupado com a economia. Ele acredita que vai melhorar, mas reitera que as perdas são irrecuperáveis.

Esperávamos que a economia estivesse mais aquecida. Essa é a nossa maior preocupação. O crescimento do PIB melhorou um pouco, mas está ainda muito baixo. Março foi o único mês bom de 2023 até aqui. Setores como o de confecção, aqueles que não são essenciais, estão penando. A esperança é que tenhamos uma retomada no segundo semestre que ainda não ocorreu até aqui.” Finaliza Marinaldo. 

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