Fundada em maio de 2022, em Curitiba (PR), a empresa de exportação de madeira WoodFlow viabilizou mais de 900 negociações por meio de sua plataforma, que somam cerca de 85 mil metros cúbicos de madeira exportados. Atualmente, o serviço conta com 60 produtores brasileiros e mais de 260 compradores estrangeiros cadastrados.
A empresa conta que, em abril, o volume de exportações de produtos madeireiros teve uma pequena variação positiva de 6% frente a março. Em termos de preços, a valorização foi de 5% com relação ao mês anterior. Na comparação com abril de 2023, os produtos monitorados pela WoodFlow, apresentaram uma queda de 21% nos volumes exportados e de 11% nos preços praticados. Em termos logísticos, em janeiro deste ano, já havia sido observado um aumento de 171% e, em abril, o custo do transporte triplicou, ou até mais, em algumas rotas específicas.
A WoodFlow é uma subsidiária da GCM Trading e integra todas as informações sobre compra e venda no mercado madeireiro. “O produtor anuncia em nossa plataforma, disponibilizando dados e imagens que comprovam a sua procedência. O consumidor tem acesso ao rastreio da carga desde o momento em que o negócio foi fechado. Nosso sistema faz toda essa instrução de embarque para os nossos parceiros vendedores”, explica Gisele Santos, especialista em exportação da WoodFlow. “É uma plataforma que integra toda a cadeia de suprimentos do mundo madeireiro”, completa.
Todavia, a empresa já projeta a ampliação de suas operações para atender toda a cadeia de suprimentos do segmento de madeira. “Futuramente, vamos estender a operação para outros equipamentos e insumos relacionados ao universo madeireiro, incluindo resinas, colas, vernizes, entre outros itens”, revela a especialista com exclusividade ao portal Frota&Cia.
Entraves logísticos
O desempenho das exportações de madeira poderia ser melhor não fossem os problemas logísticos estruturais observados no Brasil, segundo a WoodFlow. “Em outubro do ano passado, o Porto de Navegantes (SC) ficou quase 30 dias fechado devido aos transtornos causados por enchentes e, quando retomou a sua operação ela estava reduzida, provocando atrasos nos embarques e prejuízos aos produtores e seus clientes”, recorda Gisele. “Diante dessa situação, os embarcadores começaram a procurar portos alternativos, como Itapoá (SC), Paranaguá (PR) e até Santos (SP), aumentando as despesas de frete”, completa.
Segundo a especialista, a ineficiência logística diante da falta de preparo para lidar com eventos climáticos extremos, por exemplo, pode fazer com que os compradores estrangeiros comecem a buscar alternativas em mercados produtores concorrentes aos brasileiros. “Cerca de 30% dos vendedores brasileiros preferem deixar a mercadoria parada em seus estoques do que perder margem operacional diante da disparada dos custos logísticos”, aponta Gisele. “O Brasil precisa investir mais em sua eficiência logística, incluindo a modernização e ampliação de seus portos, bem como a inauguração de novos empreendimentos pela costa do país”, completa.