A empresa anuncia R$ 8,26 bilhões na modernização do refino
A Petrobras anunciou nesta quarta-feira, 21, o programa de investimentos para atender a produção e fornecimento do diesel S-50, com baixo teor de enxofre, a todos os estados brasileiros. O produto é indispensável para o funcionamento adequado dos novos motores de veículos comerciais pesados que serão fabricados a partir de janeiro de 2012 para comercialização no mercado interno.
Em 5 de dezembro, a Petrobras informou queo diesel S-50 estará disponível a partir de 1º de janeiro em 900 postos em todo o Brasil com custo de R$ 0,06 a mais por litro na comparação com o diesel S-500. A empresa também venderá a própria solução de ureia (Arla 32) com nome Flua, cujo preço deve variar entre R$ 2 e R$ 3 o litro.
Segundo cálculos da petroleira, o uso do diesel S-50 nos novos motores resultará na redução de 80% ou mais da emissão de material particulado. O uso do Arla 32 permitirá reduzir em até 98% a emissão de NOx (óxidos nitrosos). De acordo com a Petrobras, 38% do diesel S-50 será importado, mas o porcentual cairá a zero com o início da operação das novas refinarias.
Investimentos
A empresa investirá R$ 8,26 bilhões em 2012 na modernização do parque de refino. É previsto crescimento de 56% na capacidade de hidrotratamento e 18% na conversão de resíduos. Os investimentos preveem a melhoria da qualidade de combustíveis e o aumento de margem de lucro. Em 2011, 18 novas unidades entraram em operação nas refinarias, visando à melhoria operacional, adequação ambiental das unidades, eficiência energética e flexibilização da produção de derivados.
Para a redução do teor de enxofre do diesel, novas unidades de hidrotratamento entrarão em operação nos próximos meses nas refinarias de Capuava (Recap), em São Paulo, Landulpho Alves (Rlam), na Bahia e Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. Novas unidades destinadas a melhorar a qualidade de gasolina entram em operação nas refinarias de Capuava (Recap), Presidente Getúlio Vargas (Replan), em Paulínia e Henrique Lage (Revap), todas em São Paulo. Também serão realizadas obras para movimentação e segregação do diesel S-10, que estará disponível ao mercado em 2013.
A empresa garante que atenderá plenamente o aumento da demanda de querosene de aviação decorrente da expectativa de maior oferta de voos domésticos e internacionais. Da mesma forma, as vendas de asfalto crescerão para fazer frente aos investimentos de infraestrutura da malha rodoviária.
Poucas bombas com S50
Em reunião com a imprensa na segunda-feira, 19, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) admitiu à agência de notícias Valor Online que não conseguirá cumprir a resolução da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que determina os postos que deverão fornecer, a partir de 1º de janeiro, o diesel S50.
O presidente da entidade, Alísio Vaz, entende, no entanto, que não haverá risco ao atendimento da demanda esperada para 1º de janeiro. O Sindicom apresentou à ANP proposta em que cerca de 1.200 postos de empresas forneceriam o S50 e o Arla 32.
O Sindicom alega que apenas no início do mês a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou as normas que definem que tipo de posto deve ter os novos produtos e, assim, o tempo seria curto para que os estabelecimentos fizessem as obras necessárias, impossibilitando o cumprimento da norma em 1º de janeiro.
A ANP informou, anteriormente, que no primeiro momento três mil postos (distantes no máximo a 400 quilômetros um do outro) terão diesel S-50 em suas bombas.
Segundo Vaz, a ANP demorou a divulgar as normas que definem o tipo de postos para ter os novos produtos. Ele considerou excessivas as exigências, como a presença de S50 em todos os postos com mais de um tanque destinado à armazenagem de diesel, mas ponderou que os postos aptos a fornecer o S50 e o Arla 32 serão suficientes. “Teremos cerca de 1.200 postos e isso é mais que suficiente”, disse ao Valor Online.
Automotive Business com informações da Petrobrás