Para presidente da Fenabrave, locadoras distorcem o mercado

Vendas diretas das montadoras passam de 33%

Vendas diretas das montadoras passam de 33%

Sérgio Reze, presidente da associação dos concessionários, a Fenabrave, voltou a criticar duramente o aumento de vendas diretas das montadoras, que este ano já atingem 650,3 mil unidades, o equivalente a 33% do total de automóveis comercializados pelas quatro marcas mais vendidas do País (Fiat, Volkswagen, Ford e General Motors) – em 2010 inteiro esse porcentual foi de 27%. Essas compras são feitas principalmente por locadoras, o que segundo Reze causa uma séria distorção no mercado: “Elas compram com grandes descontos, de 25% a 35%, depois revendem os carros com vantagens. Quem paga por isso é o consumidor que compra carros na concessionária por um preço mais caro para compensar esses descontos”, alega o dirigente.

“As montadoras usam as vendas diretas para garantir market share, mas fazem caixa nas concessionárias, vendendo carros mais caros para os consumidores. Então, por que não dar o mesmo desconto ao consumidor?”, pergunta Reze. “A verdade é que as fabricantes criaram um segundo canal de distribuição, sem nenhuma responsabilidade em prestar atendimento para o cliente ou cumprir a garantia. Isso não agrega nenhum valor à imagem da marca”, atacou.

O presidente da Fenabrave acusa as locadoras de venderem esses veículos com apenas três meses de uso, o que seria proibido por lei, por preços que garantem bons lucros a elas, mas que uma revenda autorizada não teria condições de fazer. Ele citou o exemplo de um comercial na TV no fim de semana, em que uma locadora anunciava um carro seminovo por R$ 1 mil a menos do que o preço anunciado pela montadora. “E as locadoras não recolhem imposto nenhum sobre suas operações comerciais”, destacou. “E quando o cliente precisa de assistência nas revisões ou na garantia, sou eu como concessionário que sou obrigado a dar, sem ganhar praticamente nada com isso”, reclama.

Reze garante que a Fenabrave está “batendo forte” nessa situação, mas que prefere tratar do assunto internamente, com as associações de marcas e os respectivos fabricantes, sem dar publicidade à imprensa. Também já foram feitos alertas a governos federal e estaduais, na esperança que se aperte a fiscalização sobre as locadoras, que estariam ganhando mais dinheiro na compra e venda de carros, sem pagar impostos, do que com o negócio de locação em si.

E se nada mudar Reze diz que seu conselho aos concessionários será o seguinte: “Vou dizer que abram suas próprias locadoras”, alfinetou.

Automotive Business

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