“É impossível planejar 2024 sem a clareza da forma de tributação”, afirma presidente do SETCESP

Transportadoras cresceram em 2023, mas SETCESP alerta para problemas em 2024

SETCESP

Segundo dados do Banco Central, a economia brasileira cresceu neste ano, passando de 1,52% para 1,59%. Mesmo que pequeno, esse crescimento econômico foi impulsionado também pelo transporte rodoviário de cargas, segmento responsável por movimentar 65% de tudo aquilo que é transportado no Brasil. De acordo com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o setor foi responsável por gerar mais de 100 mil empregos entre janeiro e novembro de 2023, um saldo de mais de oito mil novas vagas quando comparado ao ano de 2022.

Apesar disso, o setor de transportes está preocupado e cauteloso quanto ao ano de 2024. Na última semana de 2023, o governo federal publicou a Medida Provisória (MP) nº 1.202/23, realizando modificações significativas nas normas de recolhimento da contribuição previdenciária das empresas privadas, anteriormente regida pela Lei nº 14.784/2023, que permitia a cobrança deste tributo com alíquotas variando de 1% a 4% conforme a natureza da atividade econômica da empresa.

Incertezas

Adriano Depentor

Adriano Depentor, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), entende que o momento é de incerteza. “Estamos observando o desenvolvimento econômico com muita cautela face às incertezas relacionadas ao momento político que trava embates entre congresso e governo sobre possíveis alterações na questão tributária. Se as alterações trazidas pela MP nº 1.202 forem mantidas, é possível que os efeitos sejam negativos nas contas das transportadoras, e esse custo precisará ser repassado para o cliente, causando grandes reflexos no consumidor final”.

Ele continua: “mesmo com a possibilidade de repasse do custo do imposto para o consumidor, as empresas dependem da certeza para montar as suas tabelas de preço de venda. Nesse momento incerto, é possível que o melhor plano seja desenvolver sua tabela de preço de venda com a reoneração“, comentou. A referida medida provisória já entrou em vigor, entretanto seus efeitos só serão efetivos a partir de 1º de abril de 2024; até lá, o segmento aguarda que as Casas Legislativas possam derrubá-la.

Eleições podem ajudar

De forma mais otimista, Depentor afirma que as eleições municipais de 2024 podem favorecer a economia das cidades e consequentemente impulsionar o transporte rodoviário de cargas. “As campanhas fazem com que as cidades aumentem o consumo local, e isso movimenta o transporte de maneira geral, já que consome insumos na macroeconomia esse movimento é cíclico, contribuindo com a economia do país”.

Outro aspecto que deve movimentar o transporte rodoviário de cargas em 2024 é a Fenatran, principal feira da América Latina no setor de transporte rodoviário de cargas. Apenas em 2022, o evento gerou mais de R$ 9 bilhões em oportunidades de negócios, além de reunir expositores de todo o mundo, como fabricantes de caminhões, de implementos rodoviários, de autopeças, de combustíveis, de seguros e de tecnologia e serviços.

“É um evento importante para a geração de negócios, para networking e para disseminação de conhecimento. As montadoras trarão alguma novidade a respeito de novas tecnologias energéticas em função das diretrizes mundiais nas emissões, e os demais fornecedores apresentarão itens de tecnologia. Para nós, a Fenatran sempre traz as tendências que se estabilizarão nos próximos anos. Estamos animados para o que teremos nesta edição“, finaliza Adriano.

A última edição, em 2022, gerou um volume total de negócios da ordem de R$ 9,5 bilhões.

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