Crise do transporte público causou fechamento de 21 empresas na pandemia

Marco legal

O transporte público no Brasil é um dos setores mais afetados pela pandemia. Dessa forma, o segmento tem convivido com dezenas de falências e recuperações judiciais em função da falta de recursos. Entre abril de 2020 e fevereiro deste ano, 18 empresas e três consórcios de ônibus encerraram suas atividades no país, de acordo com estudo do FGV Ceri (Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura).

Em abril deste ano, a Frota&Cia já havia tratado a situação delicada do setor no país; Relembre a matéria especial clicando aqui

Entretanto, há ainda uma série de recuperações judiciais em curso. O setor já vinha sofrendo com a perda de passageiros antes mesmo de 2020, principalmente as companhias de ônibus, afirma Filipe Cardoso, pesquisador do FGV Ceri. No entanto, a pandemia agravou muito a situação.

No caso das empresas de ônibus, o prejuízo somou R$ 11,57 bilhões de março de 2020 a fevereiro deste ano, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos. Entre metrôs e trens, a perda de receita tarifária foi de R$ 8 bilhões em 2020, aponta a Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos).

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Forma de remuneração

Na avaliação de empresas e especialistas, um dos grandes problemas é a forma de remuneração do sistema, já que, na maior parte do país, a operação é bancada só com a tarifa – no setor de ônibus, há poucas exceções, como Brasília, São Paulo e Curitiba.

“Isso gera um ciclo vicioso, pois os custos do setor são praticamente fixos. Então, quanto menos passageiros, mais pressão sobre a tarifa, o que afasta ainda mais o usuário de baixa renda”, diz Cardoso. “Esse modelo em que o passageiro é o único responsável pelo financiamento está colocando em risco o futuro do transporte público no país.”

Fonte: Valor

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