Boletim Tracker-Fecap revela mapa do crime em São Paulo

Média de roubos cai, mas continua muito alta no Estado de SP. Tecnologias embarcadas nos caminhões e atuação da SSP colaboram para queda

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Os índices de roubo e furto de caminhões e cargas, no Estado de São Paulo, apresentaram queda durante o ano de 2023. Mas, mesmo assim, mais de 20 casos são registrados todos os dias, de acordo com o Boletim Tracker-Fecap. No período, foram 527 furtos, o que representa uma retração de 14%. O volume de roubos, por sua vez, caiu 30%, chegando a 1.444 casos. Se somados, as 1.971 ocorrências representaram uma diminuição de 27% sobre 2022.

Boletim Tracker-Fecap

“Podemos correlacionar a evolução tecnológica aplicada nos veículos pesados junto com o acompanhamento da dirigibilidade do motorista. Essa combinação forma uma importante ferramenta de sucesso na redução do risco. Tecnologias com inteligência embarcada aliada a uma operação robusta na área de comando com pronta-resposta terrestre e aérea são fundamentais na segurança do patrimônio do transportador“, destaca Ana Cardoso, diretora de Marketing e Vendas do Grupo Tracker. “A diminuição observada pode ser, parcialmente, atribuída à postura mais assertiva adotada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), que registrou um incremento de 8% no número de operações, em comparação com o ano de 2022. Como consequência, o número de recuperação de veículos cresceu 18% no mesmo período, passando de 41.927 veículos recuperados em 2022 para 49.366 em 2023. Quando a polícia intensifica os esforços em busca, recuperação e prisão dos envolvidos, envia um sinal forte aos criminosos, contribuindo para a redução do número de crimes”, completa Erivaldo Costa Vieira, coordenador do Departamento de Pesquisas em Economia do Crime da FECAP.

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Onde mora o perigo

No caso dos veículos pesados, a capital e Guarulhos são as cidades que lideram o ranking, o que se justifica pela densidade populacional. Chama atenção também o alto índice de ocorrências em Jundiaí, conhecida por infraestrutura de transportes, e Campinas, importante polo econômico do estado.

Boletim Tracker-FecapNa capital paulista, os bairros mais perigosos em 2023 foram Vila Maria (34 eventos), Vila Leopoldina (19), São Domingos (16), Jaçanã (11), Vila Guilherme (9), seguidos por Jaraguá, Socorro, Jardim São Luis, Pari, Parque Novo Mundo e Perus (todos com 8 ocorrências).

O especialista da FECAP destaca a dispersão geográfica das ocorrências. Os dados indicam que, ao invés de se concentrarem em poucos pontos críticos, tais crimes estão distribuídos por toda a cidade, o que complica as estratégias de prevenção e resposta das autoridades. “Isso exige uma análise mais profunda dos padrões de crime, talvez através da utilização de tecnologias de big data e algoritmos preditivos que podem mapear tendências emergentes e orientar a alocação de recursos de forma mais eficiente e em tempo real”, analisa Vieira.

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As cidades mais perigosas em 2023, de acordo com o Boletim Tracker-Fecap.

No litoral, São Vicente, Praia Grande e Guarujá estão entre as 10 cidades mais perigosas, o que revela uma clara relação com a expansão do crime organizado na região. Na capital paulista, os bairros com mais ocorrências são os mais afastados do centro, “que evidenciam uma problemática mais ampla de segurança urbana nas áreas periféricas da cidade”, afirma Vieira. “Nestas regiões, há um perfil específico dos bens visados: itens de baixo valor individual, porém de alta liquidez, como alimentos, cigarro e bebidas, que são atraentes para os criminosos devido à facilidade de revenda em mercados informais e com baixa fiscalização“, complementa.

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Caminhões mais visados em 2023, segundo o Boletim Tracker-Fecap.

 

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