A aquisição de parte da DB Server pela Randon, informada ao mercado em dezembro de 2022 – e que tem expectativa de ser aprovada pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) no final de janeiro – já nasce com a intenção de dar sustentação a iniciativas do conglomerado gaúcho nas áreas de serviços financeiros e de tecnologia. O investimento, que totalizou R$ 23,2 milhões, o equivalente a 51% das ações da DB Server, vai permitir oferecer múltiplos serviços digitais e acelerar os processos de digitalização do setor de transportes, entre outros objetivos.
Mateus de Abreu, diretor de negócios e estratégias digitais das empresas Randon observa que a logística é um segmento muito fragmentado em termos de soluções, e que a Randon tem diversas soluções e oportunidades de atuar com integrações, otimizações, além de soluções consolidadoras. “A nossa escolha nesse momento é potencializar algumas soluções financeiras junto ao aplicativo do banco Randon. O aplicativo do banco vem apoiar a cadeia financeira, com a antecipação de recebíveis, totalmente digitais, da transportadora e do embarcador e a digitalização da etapa de pagamento do frete. O banco Randon está há dez anos potencializando o segmento de transportes e atuando muito em parceria com implementos, oferecendo financiamento, principalmente, para semirreboques e produtos da Randon Implementos”.
Mundo digital
Segundo ele, ao longo dos anos de 2021 e 2022, o banco vem em um processo que também é do mercado, de buscar essa digitalização. “Mas não a digitalização pela digitalização. A gente vê um movimento que é global de mais serviços e de ferramentas se tornando cada vez mais digitais. Trata-se de juntar um segmento que tem um volume grande de oportunidades e um banco com expertise para atuar nesse mercado porque conhece grande parte das transportadoras, dos embarcadores e oferece muitos serviços”, afirma o executivo.
Ofertar produtos envolvendo recebíveis é uma das propostas em termos de novidades financeiras para auxiliar o setor de transportes. “O ciclo do pagamento do frete é longo. O embarcador tem seu prazo de pagamento, o transportador também tem o seu prazo de pagamento. E o motorista autônomo tem o prazo de pagamento empurrado para a frente. Com produtos financeiros voltados à antecipação de recebíveis, se pode encurtar o prazo de pagamento da transportadora, solucionando essas situações citadas”, explica Abreu.
Outra opção de produto citado pelo executivo e que também será oferecido, envolvendo o frete pós-pago, é capaz de diminuir o prazo de pagamento, dando mais liquidez a todos os agentes da cadeia do frete. “Esses serviços, incluindo a digitalização do frete, apoiam na liquidez, no capital de giro, na saúde financeira dos ecossistemas dos agentes de logística e de transporte. São produtos que têm muita aceitação no mercado”, observa o executivo.
Segundo ele, o frete pós-pago, que ainda não está aberto a clientes em geral, já está sendo testado em duas startups. “Desde 2022, o frete pós-pago já está rodando nas startups Motorista PX e Trugghub. E estará iniciando testes em uma terceira startup agora no mês de fevereiro”, revela.
Aumento da escala
De acordo com o executivo, a DB Server deve passar a atuar em conjunto nesses projetos. “Agora, como estamos aumentando a nossa capacidade e buscando uma maior escala, certamente, esses projetos passarão a ter participação da DB Server”, explica.
Verner Heidrich, sócio-diretor da DBServer, afirma que com a parceria, a empresa de tecnologia vai entrar com a sustentação dos projetos da Randon, entre outras formas de atuação. “ A DBServer vai desenvolver o design dos projetos. Por exemplo, antes de pensar em um produto, como conceber um recebível, precisa-se desenvolver o perfil das pessoas que vão utilizar o serviço, como concebê-lo, enfim, ter um olhar de plataforma”, diz.
Fundada em 1993, a DB Server já se consolidou pela atuação tanto no mercado interno quanto no mercado externo. A empresa é conhecida por atuar em todas as etapas de projetos digitais, o que inclui concepção, built (construção) e sustentação.