A Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP) divulgou a quinta edição do Relatório Anual de Ocorrências no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos. O documento reúne dados de 2024 sobre acidentes e incidentes nas rodovias paulistas, com informações do Comando de Policiamento Rodoviário, ARTESP, CETESB e Pro-Química.
Foram registradas 1.033 ocorrências no ano, sendo 490 acidentes e 543 incidentes, média de quase três por dia. O número representa aumento em relação a 2022 e 2023. Julho teve o maior volume (103 casos), enquanto outubro teve o menor (65). O período entre 14h e 16h concentrou o pico de registros.
O relatório aponta queda nas mortes: 20 em 2024, contra 30 nos dois anos anteriores. No total, 1.094 pessoas foram vítimas, entre feridos e mortos. As rodovias com mais registros foram Raposo Tavares, Washington Luís e Castello Branco. Cargas a granel lideraram as ocorrências (855 casos), com destaque para combustíveis como óleo diesel, etanol, GLP e gasolina. Líquidos inflamáveis, substâncias corrosivas e gases foram as classes de risco mais frequentes.
Em 141 registros de vazamentos, 108 resultaram em contaminação ambiental, principalmente do solo e do ar. Oswaldo Caixeta, presidente da ABTLP, afirma que a consolidação dos dados visa embasar decisões do setor. “Mesmo uma única ocorrência com vazamento já é suficiente para causar danos significativos à população e ao meio ambiente. Por isso, nosso compromisso vai muito além de reduzir a frequência dos eventos: queremos garantir que o transporte de produtos perigosos no Brasil seja exemplo de responsabilidade, segurança e eficiência“, afirma.
Os dados são analisados mensalmente pela Comissão de Estudos e Prevenção de Acidentes no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos em São Paulo, influenciando políticas públicas e práticas do setor.
