Pesquisa destaca dificuldade para transportadores adquirirem insumos

IPTC e Setcesp destacam dificuldades que os transportadores enfrentaram compra de insumos e de matérias-primas nacionais

Caminhão

Durante a pandemia de Covid-19, 73% das empresas da indústria geral tiveram dificuldade na aquisição de insumos e de matérias-primas nacionais, de acordo com dados publicados em 2020 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Agora, foi o Instituto Paulista do Transportes de Carga (IPTC) e o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp) que fizeram um levantamento atualizado com dados de 2023.

Foi constatado que 72% das empresas do setor ainda enxergam essa dificuldade em comprar determinados itens. Para 78% dos operadores houveram aumentos dos custos em 2023, sendo o diesel, os insumos e a contratação de terceiros os principais tópicos que sofreram variações durante o ano passado. A variação no preço do diesel é atribuída às mudanças na cobrança de tributos e à nova política de preços da Petrobras. A pesquisa apontou que os itens mais citados pelas transportadoras foram peças (43%), pneus (29%), veículos (14%) e diesel (14%).

Segundo o IPTC, as peças e os pneus se tornaram problemas para o setor devido ao alto custo de produção aliado aos impostos que a indústria tem que colocar nas suas planilhas, causando a elevação do custo e do frete. “Para os veículos a diesel, acredito que seja mais uma questão de preço do que propriamente de oferta e demanda. Os preços dos veículos novos aumentaram em média 95,0% nos últimos 3 anos, e o mesmo aconteceu com o diesel, que chegou a aumentos de 57,1% no mesmo período, inviabilizando a compra na quantidade desejada”, assegura Adriano Depentor, presidente do IPTC.

De acordo com os dados publicados pelo Setcesp em 2022, o diesel é um dos maiores custos da área de insumos da atividade de transporte, chegando à média de 35% em determinadas transportadoras e podendo alcançar 50% dependendo do tipo de operação.

Para Raquel Serini, economista e coordenadora de projetos do IPTC, a variação de oferta e demanda e de preço ainda é um reflexo da pandemia e que, ainda, existe uma dificuldade de acesso a matéria prima para produção de alguns itens que vêm de fora do Brasil agravados por fatores como a cotação do dólar, as guerras em regiões estratégicas, dentro outros motivos. “Acredito que os efeitos e reflexos econômicos de uma crise como essa podem perdurar no mínimo por cinco anos, apresentando choques nos preços”, destaca.

“A manutenção preventiva traz ao gestor uma visão antecipada. Desse modo, é possível fazer os pedidos antecipadamente, evitando um possível problema que se tornaria ainda pior caso não fosse corrigido naquela etapa”, finaliza Depentor.

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