Tempo de deslocamento em SP chega a 2h26/dia, no nível pré-pandemia

Pela primeira vez nos últimos cinco anos, locomover-se de carro na cidade pode ser ainda mais demorado do que de transporte público

Tarifa Zero
Usuários de transporte público e motoristas de ônibus usam máscaras de proteção contra covid-19 na rua da Consolação

A população da capital paulista gasta diariamente 2h26, em média, para se deslocar pela cidade, tempo semelhante ao realizado no período pré-pandemia, segundo dados da Pesquisa Viver em SP: Mobilidade Urbana, que a Rede Nossa São Paulo e o Instituto Cidades Sustentáveis anunciaram na terça-feira, 26. O levantamento, realizado em parceria com o Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), demonstra que em relação à pesquisa do ano passado, o tempo médio de deslocamento aumentou 7 minutos em 2023. Em 2019, antes da pandemia do novo coronavírus, os moradores da capital paulista levavam 2h25 para se deslocar diariamente pela cidade.

A pesquisa mostra também que, pela primeira vez nos últimos cinco anos, locomover-se de carro na cidade pode ser ainda mais demorado do que de transporte público. O tempo médio de deslocamento das pessoas que usam automóveis todos os dias ou quase todos os dias é de 2h46; para os usuários de transporte público, de 2h23.

Principais meios de transporte

Segundo a pesquisa, mais pessoas passaram a utilizar o ônibus como meio de transporte: os usuários deste modal passaram de 33%, em 2022, para 41%, em 2023. Os ônibus também continuam sendo o principal meio de locomoção dos moradores da capital paulista, e a parcela de paulistanos e paulistanas que usam o transporte coletivo em geral também aumentou. Em 2022, eram 41%; em 2023, 57%.
Já os carros andam no sentido inverso. O uso de automóveis caiu de 24%, em 2022, para 19%, em 2023. Na cidade, os carros são o segundo meio de deslocamento mais utilizado pelos paulistanos e paulistanas.

Outras curiosidades da pesquisa:

  • lotação dos ônibus continua sendo o principal problema, na opinião dos entrevistados; reclamações sobre a frequência dos ônibus e o preço da tarifa aparecem em segundo e terceiro lugares, respectivamente.
  • A percepção de que os ônibus estão mais cheios também aumentou e atingiu o maior percentual dos últimos cinco levantamentos: subiu de 24% em 2022 para 27%, em 2023.
  • Em 2022, a frequência dos ônibus era o principal problema para 13% dos entrevistados; em 2023, esse índice subiu para 23%.
  • Ao longo dos anos, o preço da tarifa vem apresentando um impacto menor na vida dos moradores da cidade. Ainda assim, pelo menos três em cada dez pessoas deixam de visitar amigos/familiares, realizar atividades de lazer ou ir a consultas médicas por causa do valor da passagem.
  • O número de paulistanos que têm carro de passeio também caiu. Em 2023, 48% disseram possuir um automóvel; em 2022, eram 55%. A posse de carros recuou em todas as faixas de renda familiar, registrando o menor percentual dos últimos cinco levantamentos da pesquisa.
  • O uso de táxi ou transporte por aplicativo manteve-se estável: 2% dizem que usam todos os dias; 5%, quase todos os dias; e 42%, de vez em quando.
  • O conforto é o principal motivo que leva as pessoas a usarem carro com maior frequência. Em seguida aparecem a lotação do transporte público e a espera nos pontos de ônibus e estações de trem/metrô.
  • uso de bicicletas para se deslocar por São Paulo continua sendo praticado por um em cada dez moradores; 72% dizem que nunca usam esse tipo de transporte, alegando que os furtos e roubos são o principal motivo dessa decisão.
  • 89% dos entrevistados dizem que se sentem pouco seguros ou nada seguros quando passam por baixo de pontes e viadutos; 78%, quando andam na ciclofaixa; 69%, quando andam pelas calçadas; e 69%, quando atravessam a rua na faixa de pedestre.
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