Tecnologia transforma caminhões pesados a combustão em híbridos

A inovação promete reduzir os custos com manutenção e combustível das transportadoras

Tecnologia

Empresa desenvolve tecnologia que transforma caminhões pesados movidos à combustão em híbridos. A H2TECH, empresa de desenvolvimento de soluções inteligentes e sustentáveis para o transporte, está oferecendo a inovação para o mercado brasileiro. Segundo a companhia, isso permite que empresas frotistas modernizem suas frotas, reduzam custos e a emissão de poluentes com a transformação por meio do sistema E-TRAX.

O projeto começou a ser desenvolvido em 2017, para transformar um caminhão com motor a combustão em híbrido e diminuir o consumo entre 25% e 30% em veículos pesados e de pequeno porte, como VUCs.

“Nosso negócio começou com o objetivo identificar as maiores dores das transportadoras, que estavam nos altos gastos com manutenção e combustível”, contou o engenheiro Henrique Eckert, sócio da H2TECH, junto com Henrique Petry, também engenheiro. “Foi então que surgiu a ideia de desenvolver um produto acessório de tração elétrica que minimizasse o consumo e também o desgaste do veículo.”

Segundo Eckert, o sistema híbrido patenteado pela H2Tech não altera o modo de condução, sendo indiferente ao condutor pelo fato de ser totalmente autônomo e acionado por um botão: “Se não dissermos que está ligado o motorista nem percebe que tem o sistema híbrido porque não há ação diferente”.

Características do sistema

O sistema é formado por um motor elétrico movido a baterias de lítio e inversor de frequência, cujo funcionamento é gerenciado por um software de gerenciamento de controle da energia da bateria, assim como do comando do motor elétrico. Isso serve para avisar quando ele deve entrar em funcionamento, tanto para frear quanto para auxiliar na tração do caminhão. Funciona de forma similar ao que se vê de tecnologia dos carros.

O acionamento do E-TRAX ocorre sempre que o motorista aciona os pedais de freio ou acelerador. Por meio de um painel de monitoramento o motorista acompanha o controle autônomo do sistema. Quando o condutor pisa no acelerador, o sistema analisa e determina se o conjunto propulsor está fornecendo a potência necessária para a movimentação do veículo e aciona o motor elétrico. Quando tira o pé do acelerador, o sistema funciona para regeneração de energia e recarrega a bateria.

Nas situações de declive (descida), o E-TRAX é acionado para ajudar na frenagem e recarregar as baterias, o que aumenta a vida útil do sistema de freios. E é justamente pelo maior número de frenagens que o uso em condições urbanas permite maior economia de combustível em relação à aplicação rodoviária, pois permite o carregamento da bateria.

No caso de um caminhão extrapesado que carrega acima de 50 toneladas e pouco circula em ambiente urbano, a eficiência do kit se dá a partir de 40 km/h e que esses caminhões andam, geralmente, na faixa de 60 km/h.

Desenvolvimento da tecnologia

O sistema E-TRAX vem sendo testado desde 2022, por meio de acordo com a TRD Transportes, de Caxias do Sul (RS), que participou da validação do sistema utilizado como protótipos nos caminhões da frota. O sistema da H2Tech que adiciona tração elétrica a caminhões a combustão começou a ser comercializado em setembro do ano passado e custa R$350 mil para veículos extrapesados e o payback do investimento se dá entre dois e três anos.

Segundo os engenheiros, já foram vendidas 15 unidades e o prazo para entrega do veículo transformado é de quatro a cinco meses. “A maior morosidade, hoje, deve-se ao fornecimento de baterias, mas conforme formos ganhando escala nesse processo, que inclui a cadeia de suprimentos, teremos mais velocidade na entrega”.

Faturamento da empresa

Com os negócios já fechados, a empresa prevê alcançar faturamento de R$2,5 milhões, em 2024, e de R$8 milhões a R$10 milhões, em 2025, com previsão de transformar mais 24 caminhões.

De acordo com os engenheiros, existem cerca de 2 milhões de caminhões extrapesados em circulação no País e o sistema também pode ser instalado em veículos a gás.

Leia também: Avanço das tecnologias em ônibus pode atrair novos motoristas

Compartilhe nas redes sociais

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, entre com seu comentário
Por favor, entre com seu Nome aqui!