
A Scania na Agrishow repetiu o sucesso de anos anteriores em visitação e novidades em seu estande na 30ª edição, realizada de 28 de abril a 2 de maio em Ribeirão Preto (SP). O primeiro destaque foi o caminhão RH 460 6×4 X-gás, que até mereceu as bençãos do governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que visualiza um grande futuro para o gás como combustível alternativo. O Scania RH 460 6×4 a gás oferece uma potência de 460 cv e, graças ao conceito “mochilão”, tem uma autonomia de 450 quilômetros na tração 6×4, mais que suficiente para a jornada diária da composição no campo.
O “mochilão”, com a instalação de cilindros nas “costas” da cabine possibilita o abastecimento de 311 metros cúbicos de gás e/ou biometano, explica Marcelo Gallao, diretor de Desenvolvimento de Negócios da empresa. “Serão ofertadas duas opções de capacidade máxima de tração, a primeira de 90 toneladas e a de maior CMT, de 150 t, com redução nos cubos”. Segundo o executivo, desde dezembro de 2024, a Resolução Contran nº 1.015/2024 autoriza o aumento de uma tonelada no peso permitido por eixo dianteiro de caminhões que utilizam tecnologias de propulsão alternativas ao diesel. Outra vantagem do veículo é que é possível financiar os produtos a gás via CDC Verde, pelo Scania Banco.
Raio de giro 50% menor
A segunda novidade da Scania na Agrishow estava exposta em outro extremo da feira, no estande da Megatec, distribuidora da Randon, na forma de um cavalo mecânico de transbordo concebido especialmente para o segmento sucroalcooleiro, Tendo como base o caminhão Scania G560 6×4 com bitola de 3 m, a engenharia de fábrica agregou duas caixas de carga de 17 toneladas cada, ligadas por quinta-roda. A solução permite tracionar 34 toneladas de carga líquida, pouco mais de 50% a mais que as composições convencionais equipadas com um único reboque, mesmo que estendidos.

Outro ganho importante é a oferta de um raio de giro muito menor, que aumenta verticalmente a produtividade e elimina o pisoteio de mudas. “Em adição, a torção de chassi é também muito menor, pois é absorvida e aumenta muito a possibilidade de o caminhão responder às curvas mais efetivamente que um transbordo em veículo rígido”, acrescenta o executivo (ver quadro). Dessa forma, a biarticulação têm um impacto grande na redução dos custos operacionais. “Temos então, no mínimo, um operador a menos e uma colheitadeira a menos, que não deixam a operação parar”, observa Gallao.
Marcelo Gallao lembra que nos equipamentos com três eixos traseiros, mesmo com a colocação de um último eixo esterçante, é possível constatar a dificuldade de o veículo fazer curvas e manobras. “Num terreno molhado ou em condição pós-chuva ou declive, fazer o giro para sair da trilha e retornar é muito difícil. O eixo de tração já está numa vala e não é possível retirá-lo de lá. Então é necessário abrir o raio se está em um caminhão rígido”. Já no caso do articulado, segundo ele, a resposta é muito melhor, graças a um raio de giro 50% menor em virtude da articulação nas duas caçambas.
O segundo pulo do gato do conjunto cavalo-implemento é o fato de o extensor de eixos poder ser desengatado, o que permite que veículo volte à condição original e possa operar emplacado como caminhão canavieiro de longa distância. Ou então, no transporte de vinhaça, tão logo termine a colheita da cana. “Assim, o produtor nunca terá um ativo desse parado na entressafra. Sem contar que tudo isso leva a um valor de revenda mais interessante”, ressalta o representante da Scania na Agrishow.
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