Especialista alerta para a necessidade de uma atuação mais preventiva na gestão de pneus, como forma de reduzir perdas financeiras com o componente
Eduardo Placca, gestor de pneus da Bracell, tem uma missão que vai muito além de simplesmente comprar e descartar o componente. Ele gerencia todo o ciclo de vida do pneu, desde a compra, aplicação, reforma e destinação final. Para o especialista, uma boa gestão se baseia em três pilares, sendo eles a escolha correta do pneu para cada operação, uma visão ampla do processo de utilização e, principalmente, a análise criteriosa do descarte.
Mas há um ponto que Placca enfatiza com veemência: “A análise na hora do descarte é crucial, mas ainda é negligenciada”, afirma. Ele defende que, sem um olhar crítico sobre o fim da vida útil dos pneus, empresas perdem oportunidades de redução de custos e sustentabilidade. Apesar de tecnologias como chips de rastreamento serem promissoras para automatizar dados, ele admite que ainda não são totalmente viáveis no mercado.
Cultura reativa
“Calibração é o básico e o mais importante. O feijão com arroz”. O descuido com o simples, segundo o gestor, reflete uma cultura reativa na gestão de pneus, razão pela qual defende a mudança de comportamento e a profissionalização da atividade.
Para Placca, a expertise não vem apenas dos livros. “Virar especialista é difícil porque, quanto mais você estuda, mais coisas aparecem. Mas nada substitui estar no dia a dia, conhecer a operação, o ‘quartinho dos pneus’ da sua empresa”, diz.
O impacto financeiro de uma má gestão, porém, é inegável. “O pneu é o segundo maior custo da frota, mas as pessoas ainda não entendem sua importância”, alerta o gestor. “Mesmo o combustível, que é o maior gasto, é afetado pela gestão de pneus. Eles são o elo mais frágil, mas influenciam toda a operação”, complementa.
De acordo com o profissional, se as empresas adotassem uma postura preventiva, os resultados seriam transformadores. Sem isso, segundo ele, resta apenas “chorar sobre leite derramado”.