Mondelēz diversifica operação logística com cabotagem

Fabricante de doces projeta atingir novos mercados por meio da otimização de remessas de insumos e produtos acabados via modal marítimo

Logística Absurda
Imagem meramente ilustrativa | Divulgação

A Mondelēz Brasil, dona das marcas Chocolicia, Club Social, BIS, Trakinas, Oreo, Trident e Tang anunciou uma parceria com a Aliança Navegação e Logística, empresa da A.P. Moller-Maersk, para ampliar sua logística prevendo o crescimento de seus negócios por meio da utilização multimodal de transportes, incluindo a cabotagem para movimentar suas cargas entre as regiões brasileiras, em longos percursos.

O contrato impulsiona a transição de sua carga do “puro rodoviário” para agregar o modelo de cabotagem integrado aos demais meios para o transporte de insumos e também dos produtos acabados. No período de 12 meses, o projeto possui potencial para reduzir os custos logísticos em cerca de 20%, com previsões de aumento de fluxo para 2026. As guloseimas estão sendo movimentadas, via transporte marítimo, de Vitória de Santo Antão (PE) para Louveira (SP) e São José dos Pinhais (PR).

Integrada aos demais modais para apoio à indústria e ao varejo brasileiros, a cabotagem é um forte aliado para lidar com as mudanças e desafios logísticos das indústrias. Um navio da Aliança, por exemplo, transporta o equivalente a 3 mil caminhões, contribuindo também para redução significativa das emissões de gases de efeito estufa (GEE), ao longo de toda a cadeia”, enfatiza Luiza Bublitz, presidente da Aliança Navegação e Logística.

O transporte de carga por cabotagem emite, pelo menos, quatro vezes menos CO2e do que o transporte rodoviário de carga, segundo à Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (ABAC). “Esse ‘casamento perfeito’, entre a cabotagem e os demais modais, em especial o rodoviário e o ferroviário, substitui o deslocamento da carga via rodovias por longos períodos e distâncias, reequilibrando a matriz logística brasileira”, complementa a executiva.

Embarcação da Aliança Navegação e Logística
Embarcação da Aliança Navegação e Logística | Foto: Divulgação

Até 2030, planejamos dobrar o tamanho do nosso negócio, tanto no Brasil quanto no mundo”, afirma Claudio Pena, coordenador da Cadeia de Suprimentos da Mondelēz. “A partir da cabotagem, conseguimos, por exemplo, chegar a mercados que atualmente temos dificuldades em atuar, como na região Norte, não nos tornando dependentes única e exclusivamente do rodoviário”, complementa Camila Lechetta, gerente de Fornecimento Estratégico Regional da companhia.

Um piloto envolvendo a transferência de açúcar entre as usinas de Pitangueiras (SP) e Jaboticabal (SP) até a fábrica da Mondelēz em Vitoria de Santo Antão (PE), com a Aliança assumindo a responsabilidade pelo transporte em Jundiaí (SP) já foi realizado. Esta cadeia logística inclui transporte via ferrovia até o porto de Santos (SP) e cabotagem até Vitória de Santo Antão (PE), com volume previsto de 30 a 40 contêineres HC/mês, quando a operação estiver completamente implementada. Os contêineres HC são o tipo de contêiner mais utilizado no mundo, destinados ao transporte de mercadorias secas, o que os torna ideais para qualquer tipo de carga.

Outro teste realizado foi o transporte direto de produtos do centro de distribuição, em Louveira (SP), até Manaus (AM). A complexa operação incluiu transporte regular do estado de Pernambuco para o Paraná e São Paulo, reforçando a estratégia de conversão de rodoviário para marítimo.

Compartilhe nas redes sociais

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, entre com seu comentário
Por favor, entre com seu Nome aqui!