Linha pesada de implementos rodoviários dá sinais de retomada

Enquanto a linha leve mantém sua curva de crescimento acelerado, o mercado de reboques e semirreboques dá sinais de recuperação e deverá crescer nos próximos meses

Por Gustavo Queiroz

- agosto 12, 2025

Imagem de implementos rodoviários meramente ilustrativa gerada por IA | Frota&Cia

O setor de implementos rodoviários apresentou desempenho heterogêneo no acumulado do ano, com o segmento pesado registrando queda de 19,84% entre janeiro e julho de 2025, enquanto o segmento leve avançou 17,54% no mesmo período. Os dados, divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (ANFIR), indicam uma recuperação pontual no mercado de reboques e semirreboques em julho, embora o cenário geral ainda seja de retração.

Em julho, foram emplacadas 6.271 unidades de reboques e semirreboques, número superior à média mensal do primeiro semestre (5.972 unidades). José Carlos Spricigo, presidente da ANFIR, avalia que o dado pode sinalizar uma retomada, mas ressalta cautela. “Ainda é prematuro comemorar, pois, em termos comparativos, o desempenho segue negativo. Além disso, julho teve três dias úteis a mais, o que impactou o volume“, avalia.

No acumulado de 2025, o segmento pesado comercializou 42.102 implementos, contra 52.521 no mesmo período de 2024, uma queda expressiva de 19,84%. O resultado reflete ainda os efeitos da redução na demanda por transporte de carga.

Enquanto o mercado pesado enfrenta dificuldades, o segmento leve segue em expansão, com 43.912 unidades emplacadas de janeiro a julho, um aumento de 17,54% ante as 37.359 unidades vendidas em 2024. O crescimento está alinhado com a maior demanda por veículos comerciais leves e a restruturação de frota por parte de pequenos e médios transportadores.

Somando os dois segmentos, o setor emplacou 86.014 implementos rodoviários nos sete primeiros meses de 2025, contra 89.880 em 2024, uma retração de 4,3%. Apesar do recuo, a expectativa para os próximos meses é de melhora, impulsionada pelo ciclo agrícola.

Spricigo destaca que a colheita do milho, prevista para os próximos meses, deve aumentar o transporte de grãos e, consequentemente, a demanda por implementos pesados. “O agronegócio é um dos principais motores desse mercado, e uma safra robusta pode reativar as vendas no segundo semestre“, afirma.

Enquanto o segmento leve consolida sua recuperação, o pesado ainda busca superar desafios estruturais. A leve alta de julho pode ser um primeiro sinal de reversão, mas a confirmação dependerá de fatores como a atividade econômica geral e o desempenho do agronegócio nos próximos trimestres.

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