Para reduzir as emissões de suas operações logísticas, a CHEP, fabricante de paletes, caixas e contêineres, anunciou duas rotas operadas por caminhões elétricos no Brasil, sendo uma em São Paulo e outra em Minas Gerais, por meio de parcerias com transportadoras. Na capital paulista, o veículo que já está em operação é o JAC IEV1200T PLUS, destinado à distribuição urbana. A outra operação será implementada em breve com o modelo XCMG E7-49T, que atuará no transporte regional.
“O investimento nos veículos elétricos foram realizados pelas transportadoras, que é parceira estratégica da CHEP. A participação da CHEP está diretamente ligada à estruturação da operação, garantindo um contrato de longo prazo e volumes consistentes que viabilizam a utilização do veículo elétrico de forma sustentável e rentável”, explica Emanuela Mascarenhas, gerente Sênior de Cadeia de Suprimentos da CHEP Brasil.
São Paulo
Em São Paulo, a transportadora responsável pela operação é a Gonçalves & Porto Transportes Ltda., especializada em logística de pequeno porte para operações urbanas. O JAC elétrico possui uma autonomia de 100 km por carga de bateria e irá circular na rota entre a capital e o Centro de Serviço (CS) de Mauá. “O caminhão percorrerá, aproximadamente, 1.200 km por mês. Cada palete pesa 32 kg e o veículo (VUC) comporta 90 deles, totalizando uma capacidade de quatro toneladas”, informa Mascarenhas.
Minas gerais
A operação mineira será realizada pela Transportes de Cargas Absoluto, que atua em atividades de grande porte, e consistirá em uma rota que conecta a região de Grande Contagem ao Centro de Serviço (CS) em Contagem. “A autonomia por carga é de 150 km, enquanto as viagens somarão cerca de 400 km por mês, otimizando o uso em um território de maior abrangência regional”, destaca a executiva. “Cada palete pesa 32 kg e a carreta comporta 476 paletes, somando uma capacidade total de 30 toneladas”, complementa.
ROI
Emanuele avalia que o retorno sobre investimento (ROI) de veículos elétricos é avaliado positivamente pela CHEP, tanto em termos econômicos quanto ambientais. “Embora o investimento inicial seja elevado, o custo de operação reduzido (manutenção e energia) e a eficiência energética compensam a longo prazo. Adicionalmente, os veículos elétricos contribuem diretamente para as metas de sustentabilidade, sendo uma alternativa viável para redução de emissões de carbono e impactos ambientais.”
No caso específico da CHEP, o uso de veículos elétricos está alinhado à estratégia de transição energética e à expansão de práticas sustentáveis nas operações logísticas. “Já estamos implementando a eletrificação de empilhadeiras em 18 Centros de Serviço no Brasil, e o uso de caminhões elétricos fortalece esse compromisso”, destaca Mascarenhas. “Há, também, um impacto positivo na reputação da empresa”, complementa.
“Já consideramos como parte integrante da operação. Não se trata mais de um teste isolado. Nosso objetivo é expandir essas práticas por meio de parcerias com mais transportadoras. Estamos comprometidos em transformar a logística em uma operação cada vez mais sustentável e eficiente, deixando os testes no passado e avançando para uma implementação contínua”, explica a gerente Sênior de Cadeia de Suprimentos da CHEP Brasil.
Outros tipos de propulsão
Segundo a CHEP, a empresa tem explorado outras fontes de energia sustentável, como o gás biometano, que já foi testado por meio de caminhões em São Paulo. “É uma tecnologia que auxilia na redução de emissões de gases de efeito estufa, pois o biometano captura e reutiliza emissões que seriam liberadas na atmosfera. Sua origem vem de resíduos agroindustriais ou urbanos, promovendo o reaproveitamento de recursos. Outras vantagens são que o biometano apresenta custos menores em relação aos combustíveis fósseis tradicionais, bem como pode aproveitar a infraestrutura existente de GNV”, esclarece Mascarenhas.
Para a executiva, se trata de uma possibilidade com reais benefícios para a empresa e o meio ambiente. “É uma solução alinhada à preservação ambiental e à mitigação de impactos ecológicos. Ao transformar resíduos em energia, o biometano reforça o modelo de economia circular que praticamos na CHEP por meio do compartilhamento e reutilização de paletes”.
Antropoceno
Emanuela Mascarenhas faz, ainda, uma reflexão sobre a necessidade urgente de intensificar os investimentos em práticas sustentáveis pelo bem e o futuro da humanidade:
“No Antropoceno, a era marcada pela intensa influência da atividade humana nos sistemas terrestres, os investimentos em práticas sustentáveis não são mais uma escolha, mas uma necessidade urgente. O consumo acelerado de recursos naturais e o avanço contínuo do Dia da Sobrecarga da Terra mostram que estamos operando além dos limites regenerativos do planeta.
Sem uma mudança estrutural, os impactos ecológicos, sociais e econômicos se intensificarão, colocando em risco não apenas a biodiversidade, mas também as condições básicas para a existência humana. A CHEP acredita que a transição para modelos sustentáveis, como a adoção de energias renováveis, práticas de economia circular e a otimização no uso de recursos, é essencial para reequilibrar nossa relação com o meio ambiente.
A cada ano, o custo da inação aumenta. Por isso, não podemos adiar soluções que reestruturem nossos sistemas produtivos e nos coloquem em um caminho de regeneração ambiental e equidade social. Como líderes em logística sustentável, reafirmamos nosso compromisso de liderar pelo exemplo e de inspirar outras organizações a priorizarem práticas que garantam um futuro habitável para as próximas gerações. O tempo de agir é agora – antes que os pontos de não retorno sejam ultrapassados”.