Chuvas no Rio Grande do Sul prejudica transporte de cargas

Cenário para o setor é preocupante diante de bloqueios em rodovias Federais e Estaduais, diz SETCERGS

Mais de dezoito trechos interditados, tráfego restrito em estradas estaduais, entre outros bloqueios ao longo de todo o estado. Esse é a situação do Rio Grande do Sul que enfrenta uma crise seríssima por conta das fortes chuvas nos últimos dias. Um caos completo para o transporte de cargas na região, ainda mais com a previsão de chuvas contínuas nos próximos dias. 

O presidente do SETCERGS, Sérgio Mário Gabardo (foto), manifestou, nesta quinta-feira (2) uma grande preocupação não só pelo cenário atual, mas pelo acúmulo de acontecimentos.
O problema é que há uma sequência de fatos que impactam muito a economia gaúcha. O povo do Rio Grande do Sul já vinha enfrentando uma estiagem e duas enchentes. Agora, este novo episódio climático é muito sério. Se antes já tínhamos estradas mal conservadas e mal sinalizadas, agora acabou de vez”, lamentou.
Uma das reivindicações que o presidente faz é para concessionárias e governo abrirem as cancelas do pedágio. “Em situações de catástrofes naturais é inadmissível permanecer sendo feita a cobrança de tarifas de pedágio. Há que se entender que muitos deslocamentos estão sendo feitos para socorro ou atendimentos de uma emergência”, alertou.

Pontos críticos

Um dos pontos críticos é na região do Vale do Taquari, que já foi duramente afetada com as cheias no ano passado. Uma extensão de 93 quilômetros está totalmente impedida de tráfego de veículos na BR-386, entre Lajeado e Soledade.
“O maior desafio do setor de logística está nos bloqueios das rodovias. Saindo de Lajeado para Serra Gaúcha, Encantado, Região Norte e Região Central, todas estradas estão sem acesso. Por conta desse quadro, cargas da região metropolitana para Serra Gaúcha, Região Central e Região Norte estão sem previsão de entrega, pois não se tem acesso. Sobre risco de desabastecimento, temos que aguardar os próximos dias para ver a situação”, explicou Tomasi.

Mutirão de ajuda

Algumas empresas de transporte do Vale do Taquari tem feito mutirões para colocar caminhões em áreas alagáveis. As principais preocupações são os pertences das famílias de lá e as cargas perecíveis. 
“O mais grave são as cargas perecíveis, porque vão estragar. Então, transporte de itens como produtos lácteos e cargas vivas são mais urgentes, além do próprio transporte de combustível que não pode parar”, afirma o diretor efetivo do SETCERGS, Eduardo Luiz Richter. 
O vice-Presidente de Responsabilidade Social do SETCERGS, Gustavo Afonso Bernardini, comentou a criação de rotas alternativas para veículos vazios para combater o desabastecimento. “Por isso, no momento, não estamos considerando risco de desabastecimento, mas é fundamental uma ação forte de Defesa Civil e concessionárias de rodovias para não termos esse tipo de problema” detalhou.

Governo Federal sobre as chuvas no Rio Grande do Sul

Nesta quinta-feira (2), o Ministro Renan Filho acompanhou o presidente Lula em viagem ao estado. Segundo a pasta, estão sendo coordenados esforços concentrados para liberar vias obstruídas. Veja trecho da nota oficial publicada hoje:
“O ministro dos Transportes, Renan Filho, cancelou a agenda oficial desta quinta-feira (2) para acompanhar o presidente Lula; e os ministros chefe da Casa Civil, Rui Costa; do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes; e da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, entre outras autoridades do Governo Federal, em agenda ao estado. Estão previstas reuniões com o governador Eduardo Leite e equipes da Defesa Civil, entre outros órgãos, sobrevoo a áreas afetadas e, posteriormente, entrevista à imprensa local para que sejam comunicadas todas as providências adotadas e ações emergenciais em andamento para minimizar o sofrimento, garantir assistência e restaurar a circulação de pessoas, equipes de pronto-atendimento e mercadorias pelo território gaúcho.

O corpo técnico do Ministério dos Transportes se soma às equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), das concessionárias do sistema federal de rodovias, da Polícia Rodoviária Federal, bem como do Governo do Estado e das prefeituras dos municípios atingidos, incluindo dezenas de voluntários e socorristas envolvidos nas operações emergenciais, para garantir atendimento imediato e digno à população, bem como celeridade no reestabelecimento do fluxo viário.”

chuvas no Rio Grande do Sul
Lula e Eduardo Leite, governador do estado
Compartilhe nas redes sociais

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, entre com seu comentário
Por favor, entre com seu Nome aqui!