Em um mercado dominado por multinacionais consolidadas há décadas, a brasileira Cantu enfrenta o desafio de provar que seus pneus não apenas competem em performance, mas também podem superar os concorrentes em inovação e design. Com um investimento robusto em pesquisa e desenvolvimento (P&D), a empresa aposta em diferenciais visuais e tecnológicos para conquistar espaço.
“Temos concorrentes que são grandes multinacionais, com um poder de marketing muito forte e décadas de presença no Brasil. Quando colocamos nossos pneus lado a lado com os deles, há um início de convencimento de que a Cantu pode oferecer um rendimento similar ou até melhor“, afirma Alisson Zeni, especialista de Produtos da Cantu.

A estratégia inclui detalhes que transmitem tecnologia à primeira vista, como sulcos otimizados para redução de ruído, pontos de resfriamento e chanfros que melhoram a aderência. “Visualmente, o cliente não percebe imediatamente como um sulco específico reduz o espaço de frenagem, mas trabalhamos para que ele veja que há algo superior ali“, completa Zeni.
Inovação & Sustentabilidade
O executivo destaca que já é possível usar entre 68% e 74% de materiais sustentáveis na composição, como óleos vegetais de milho e soja, além da substituição do negro de fumo (derivado do petróleo) por sílica, que melhora a aderência em piso molhado. “Veículos elétricos exigem pneus mais duráveis, pois são mais pesados. Se não trabalharmos com materiais sustentáveis e alta resistência, a sustentabilidade do veículo elétrico em si fica comprometida“, explica.
Outro avanço é o desenvolvimento de compostos que esquentam menos, aumentando a vida útil dos pneus de carga. Segundo o especialista, “quanto mais a borracha aquece, mais perde suas propriedades”.
A inteligência artificial (IA) já é uma aliada nos testes de desempenho, simulando terrenos e condições extremas. “Podemos colocar um pneu em um equipamento com IA que simula uma viagem do Norte ao Sul do Brasil, com carga e tração reais“.
Para o futuro, Zeni vislumbra pneus 100% sustentáveis e, no caso da linha pesada, a popularização dos modelos airless (sem ar), que dispensam calibragem. “Em 2050, quero ver pneus totalmente reaproveitáveis e feitos de fontes limpas“, conclui o representante da Cantu.