TVEX Higer está pronta para a eletromobilidade no Brasil

Com portfólio diversificado, marca aposta em veículos sofisticados e alta competitividade com os seus ônibus monoblocos, vans e caminhões

O Brasil enfrenta um momento estratégico em transição energética. Além dos necessários esforços públicos que devem acontecer em seguir um rigoroso calendário de ações neste sentido, passando por regulamentações, orientações e investimentos em incentivos fiscais e na infraestrutura, as empresas deste novo ecossistema estão acelerando os seus investimentos para que os desenvolvimentos de soluções mais eficientes ganhem escala comercial e façam sentido técnico e econômico.

Adriana_Taqueti
Adriana Taqueti, gerente de Vendas e Marketing da TVEX Higer.

Neste contexto, a TVEX Higer traz para o mercado nacional, num primeiro momento, avançadas soluções em mobilidade urbana por meio de modelos de ônibus monobloco com alta tecnologia embarcada, tanto voltada para a sua melhor produtividade, quanto para o conforto dos motoristas.

Com foco, principal, na eletromobilidade, a TVEX é a distribuidora oficial dos produtos Higer no Brasil e na América Latina e conta com a robustez de uma marca que já possui mais de 50 mil ônibus, vans e caminhões elétricos em circulação em mais de 130 países nos cinco continentes.

A Frota&Cia conversou com a gerente de Vendas e Marketing da TVEX Higer, Adriana Taqueti, executiva com mais de 20 anos de experiência na indústria de veículos comerciais, para compreender as estratégias comerciais da marca nesta nova etapa do mercado brasileiro de mobilidade.

Frota&Cia – Há cerca de dois anos, a Higer confirmou uma reserva de produção de 3.000 ônibus em sua fábrica chinesa, especialmente, para abastecer o mercado nacional. Os números estão mantidos?

Adriana Taqueti – O modelo de negócio da Higer é o seguinte: primeiro, ingressamos no mercado com o veículo importado, que vem de uma de suas quatro fábricas na China. Contamos ainda com 16 fábricas CKD/PKD no mundo e o Brasil receberá a 17ª unidade para começar a nacionalizar essa produção. Nossos produtos já acumulam mais de 20 mil quilômetros percorridos em demonstrações com clientes de diferentes Estados. Temos um conceito diferente e nós não trabalhamos com o tradicional. Por meio do Monobloco, apresentamos uma série de vantagens para o mercado e para a operação do cliente nas cidades, incluindo um grau de conforto e uma performance muito diferenciados para motoristas, passageiros e operadores de transporte. Esta solução proporciona uma redução média de sete toneladas no peso do produto, o que nos confere uma excelente vantagem em eficiência energética de, no mínimo, 20% ao final do dia. Portanto, não se trata, meramente, de uma linha de produção dedicada para o Brasil, mas de trazer um produto consagrado para as necessidades dos operadores locais. O próximo passo será iniciar, muito em breve, a questão da produção da montagem, aqui, no Brasil e acelerando o índice de conteúdo nacional em nossos modelos.

Higer_Azure_A18BR
Modelo articulado de 18 metros da Higer para o mercado brasileiro

Frota&Cia – Como tem sido a aceitação do conceito Monobloco entre os clientes e parceiros?

Adriana TaquetiHá um saudosismo no ar. Uma vantagem importante é manter tudo sob um único contrato com o Monobloco, diferentemente do mercado de carrocerias sobre chassis em que o consumidor é atendido por duas empresas diferentes. Além de vantagens no acabamento e na engenharia do produto, isso traz benefícios em conforto e segurança, bem como em mais agilidade para as soluções necessárias aos clientes do Monobloco. O nível de desgaste dos componentes é muito menor, revelando um TCO (custo total de propriedade, na sigla em inglês) muito mais competitivo. Aqui, não há riscos de impasses sobre a responsabilidade em quaisquer ocorrências. Hoje em dia, muitos mercados desenvolvidos se beneficiam deste conceito.

Frota&Cia – A Higer anunciou a construção de sua fábrica em Pecém, no Ceará. Em qual estágio, atualmente, está?

Adriana Taqueti – Assinamos um protocolo de intenção, mas que não evoluiu da forma como estava prevista. Então, diante de uma série de situações e, inclusive, essa questão de logística para o principal mercado brasileiro de ônibus, que está nas regiões Sudeste e Sul. Pode ser que tenhamos alguma operação em Pecém, mas a tendência é de que tenhamos uma fábrica no Sudeste. Estamos desenvolvendo os fornecedores locais, sendo que a maioria dos componentes que utilizamos já estão localizados. Teremos como parceiros a ZF, a Siemens, a Bosch, a Valeo, a Michelin e outros. A definição em torno da produção local ocorrerá, ainda, neste ano. Hoje, temos um estoque estratégico de veículos e peças de reposição para pronta entrega ao operador nacional. Atualmente, possuímos vários negócios em andamento e estes lotes iniciais já estão em produção e sendo importados para o mercado brasileiro. Mas, a partir do segundo semestre, nós começaremos com o “ramp up” de produção.

TVEX_Higer
Modelo rodoviário também será disponibilizado no país.

Frota&Cia – Além dos veículos elétricos, havia uma expectativa de que a Higer pudesse produzir veículos a combustão, no Brasil, exclusivamente para os mercados de exportação. Essa intenção está mantida?

Adriana Taqueti – No caso do veículo a combustão, se trata de uma possibilidade. Hoje, trabalhamos com um portfólio sustentável formado por modelos elétricos e híbridos. Na sequência, trabalharemos com o hidrogênio. Dessa forma, provavelmente teremos uma fábrica voltada somente para veículos zero emissões. O mercado brasileiro participa da transição energética e este é um caminho sem volta.

Frota&Cia – Diante da fábrica, qual será o cronograma para que os veículos Higer tenham o índice de nacionalização mínimo para atender as diretrizes que permitam o financiamento via Finame de seus veículos?

Sim, atenderemos às exigências Finame. Nós já temos os fornecedores nacionais. Então, hoje eu tenho componentes que já estão nacionalizados. Temos a bateria da CATL, uma das referências na eletromobilidade, que seguirá sendo importado, inicialmente. – Adriana Taqueti

Frota&Cia – Diversas montadoras estão anunciando investimentos bilionários em suas operações brasileiras por meio do Mover, programa federal. A Higer se qualifica a captar investimentos para suas atividades?

Adriana Taqueti – A questão da transição energética não é algo pontual. Ela precisa ser uma estratégia de longo prazo. Precisamos (a indústria) de tempo para implantar e para fazer investimento. O Mover traz essa tranquilidade com relação ao período de tempo e isso faz com que todas as montadoras assumam investimentos. Sem dúvida nenhuma é um momento propício e a gente pode se beneficiar, sim. Temos várias linhas, porque dentro do programa você pode expandir ou localizar uma fábrica. Então foi um programa muito bem-ajambrado, que contempla várias possibilidades seja na produção, seja na reciclagem da bateria, seja na parte do sistema de carregamento, da infraestrutura para o veículo elétrico. Todavia, há outros caminhos complementares que, também, são relevantes, como o Fundo Verde do BNDES, entre outras formas de financiamento com abordagem similar.

A entrevista continua na próxima matéria. Clique aqui.

Compartilhe nas redes sociais

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, entre com seu comentário
Por favor, entre com seu Nome aqui!