Os números vistosos ilustram o tamanho da operação que se tem pela frente em termos de transporte e logística de cargas que a Strada, plataforma criada a partir de uma parceria de grandes players do agronegócio, já passa a movimentar desde a sua criação. Anunciada na semana passada, a partir de uma associação entre os grupos Amaggi, ADM, Cargill, Louis Dreyfus Company (LDC) e a mato-grossense Dalablog, a Strada, da qual também participam a Carguero, plataforma digital de soluções integradas para a logística, e o Tip Bank, instituição de pagamento voltada para o frete rodoviário, já nasce com uma operação respeitável, composta por 170 mil motoristas cadastrados, perspectiva de transporte de 40 milhões de toneladas de cargas e um quadro de funcionários composto por 280 pessoas, boa parte delas alocadas em Cuiabá (MT), o coração do agronegócio nacional.
Em um mercado caracterizado pela farta oferta de plataformas voltadas ao frete, a startup garante que seu diferencial está na larga experiência no setor onde soma duas décadas de atuação. “Ao contrário de outros players do setor, a Strada nasce com quase duas décadas de experiência no setor, somadas as atividades do Tip Bank, criado em 2007, e do Carguero, criado em 2018. Então, a empresa tem raízes no setor, com expertise acumulada em milhares de operações”, explica Rodrigo Koelle, CEO da Strada.
Outro diferencial, segundo ele, está na união das atividades de um logtech com às de uma fintech, trazendo portfolio de soluções logísticas e financeiras. “Não gerenciamos nem precificamos fretes. Não se trata de um balcão de anúncios, mas de uma plataforma onde toda oferta e todo cadastro é verificado, ou seja, trabalhamos para impedir que embarcadores, transportadoras e motoristas sejam expostos a risco e fraudes em geral”, assegura Koelle.
Na outra ponta, os motoristas também têm a sua vez. “Estamos aptos a fazer a gestão de documentação, verificação e monitoramento de risco dos motoristas, um ponto considerado crucial no nosso negócio. Temos um cadastro que engloba metade da frota do agro e já somos os maiores em transporte de carga a granel. Ou seja, oferecemos um ambiente seguro, com rastreabilidade e compliance”, enumera o executivo.
Segundo ele, a Strada tem a sua concepção no setor de grãos e cresceu num ambiente desafiador, produtivo em constante mudança, acumulando experiência para desenvolver um “modus operandi” próprio para as necessidades do transporte rodoviário de carga. “Unimos o expertise de uma Fintech com uma Logitech que já têm quase 20 anos de atuação mesclando experiência de campo com tecnologias avançadas, inteligência compartilhada e inovação. Nosso diferencial é conhecer a jornada dos stakeholders e estar com eles onde eles trabalham, física ou digitalmente”, diz.
Rede de inteligência – Concebida para ser uma rede de inteligência em território nacional, a Strada tem a finalidade de atender os embarcadores, transportadores e motoristas, aglutinando uma série de serviços essenciais, dando mais vazão aos negócios do setor. Reduzir etapas facilitando a vida do motorista é uma das funções que a plataforma vai proporcionar. “Pelo aplicativo, o motorista não vai mais precisar ficar na fila de espera do embarcador já que a documentação, como a nota fiscal e o conhecimento do transporte, serão emitidos digitalmente. Esse processo traz mais agilidade, pois o motorista não precisa ficar fazendo paradas para trocar notas”, explica o CEO da Strada.
A fintech, por sua vez, agrega vários serviços do Tip Bank, banco digital disponível aos motoristas, e conta com uma rede de mais de mil postos, vale-pedágio, digitalização dos documentos de viagem e soluções financeiras para as transportadoras e motoristas, como antecipação de recebíveis. “Pode receber pelo frete, fazer pagamentos com código de barras, transferências bancárias, depósitos, recarregar celular e obter até mesmo crédito pessoal. A Strada conta com serviços de logística e fintech de soluções para steakholders”, descreve o executivo.
Ele cita a importância do motorista como fundamental dentro da cadeia de transporte. “O motorista é muito especial. Primeiro, sem ele não acontece o transporte, e, segundo, ele é desfavorecido nos processos. Aí a necessidade de se criar um bom marketplace com bons motoristas e com base robusta. Somos uma rede de inteligência compartilhando marketplace, dados, produtos financeiros e serviços”, enumera Koelle.
O volume financeiro previsto para este ano no negócio é de R$ 10 bilhões.