Apesar das paradas de produção dos últimos dois meses, os estoques de veículos alcançaram o maior volume dos últimos três anos, exigindo novos ajustes das montadoras, informou o jornal “O Estado de São Paulo” nesta quarta-feira, 12. Segundo o jornal, pelo menos 12 das 27 fábricas de carros e caminhões ativas no país já interromperam ou vão interromper ao menos parte da produção nos próximos dias na tentativa de impedir um excesso de oferta no mercado, algo que pressionaria para baixo os preços dos veículos.
LAYOFF – De acordo com o jornal, nos maiores fabricantes de caminhões, a produção está sendo reduzida a um turno. Com a antecipação das compras, antes do aperto dos limites de emissões na virada do ano, o setor já aguardava uma redução da demanda, mas as encomendas dos caminhões menos poluentes, e mais caros, estão aquém do esperado.
Na quinta-feira, a fábrica de caminhões da Volkswagen em Resende (RJ) aprovou a suspensão de contratos de trabalho, o chamado layoff, por pelo menos três meses a partir de 2 de maio. O número ainda está em discussão, mas, conforme adianta o sindicato local, pode ficar entre 700 e 900 trabalhadores, o que deve representar a suspensão de um turno.
Segundo a Volkswagen Caminhões e Ônibus, a medida se tornou necessária diante das dificuldades do mercado tanto no Brasil quanto em alguns de seus principais destinos de exportação. A montadora segue os passos de concorrentes como Mercedes-Benz, que já anunciou a redução da produção para um turno a partir de maio, por dois ou três meses, assim como a Scania, que já opera em um turno. Já a Volvo vem adequando a produção de caminhões pesados e semipesados com redução do volume diário, mas segue em dois turnos.