SETCESP quer padronizar restrições da região metropolitana de SP

A pauta está em discussão na diretoria de abastecimento e distribuição da entidade. Entre as reivindicações, a questão da autoridade metropolitana é uma das soluções possíveis

Padronizar restrições

Entre as dificuldades enfrentadas pelo transportador, atualmente, estão as restrições de circulação nos municípios. As normas levam os profissionais a manterem um planejamento que considera tamanho de veículo, dias e horários em que os caminhões de carga podem transitar em determinados locais. Entendendo o problema acarretado por essas regras, que são parte da autonomia de cada cidade, a Diretoria de Abastecimento e Distribuição do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP) busca, há anos, uma padronização que possa facilitar o trabalho do segmento na capital e regiões metropolitanas.

Marinaldo Barbosa dos Reis, Diretor do SETCESP para assuntos de abastecimento e distribuição, desde 2016. Também foi secretário geral para gestão entre 2019 e 2021.
Marinaldo Barbosa dos Reis, Diretor do SETCESP para assuntos de abastecimento e distribuição desde 2016.

“É importante termos uma legislação padronizada, porque isso facilita para o transportador e facilita o abastecimento para podermos circular com os mesmos veículos em cidades diferentes. Hoje, quando se sai de São Paulo e entra em Guarulhos, por exemplo, não se percebe”, comenta Marinaldo Barbosa, diretor do SETCESP para assuntos de abastecimento e distribuição, desde 2016.

As multas pelo tipo de infração custam R$ 130,16 e quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), segundo o SETCESP. Parte do trabalho da entidade para facilitar a jornada do transportador, foi criar o Guia de Restrições, por meio do Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC). O documento inclui toda a área de atuação do sindicato. São 50 municípios ao todo, dos quais 36 possuem restrições. Em 2022, eram 26.

Desafios

A diretoria de abastecimento e distribuição trabalha para minimizar o impacto dessas legislações, que Marinaldo considera a maior dificuldade do segmento. “É muito comum uma prefeitura tomar uma medida de uma restrição que acaba atingindo outros municípios e as empresas (transportadoras) de modo geral (…). Por exemplo, às vezes o mesmo carro que abastece São Paulo (cidade) não pode abastecer alguma cidade do ABC ou Guarulhos”.

O assunto, inclusive, é pauta de diversas diretorias dentro da entidade, porque grande parte dos segmentos também atuam dentro no abastecimento e na distribuição. “É um trabalho difícil que vem de muitos anos e que a minha diretoria vem tocando isso, mas que também atinge várias outras diretorias”, comenta.

Autoridade Metropolitana

Como uma das resoluções pautadas pelo SETCESP, a autoridade metropolitana também está dentro do debate. A ideia é que a gestão do transporte das zonas metropolitanas seja realizada por uma única autoridade capaz de decidir, legislar e fiscalizar. Para Marinaldo, problemas como os mencionados podem ser reduzidos.

“Entendemos que eles tenham problemas de infraestrutura, que às vezes um caminhão não possa passar em uma rua ou outra, mas nosso desejo é que tenha uma autoridade metropolitana, e nesse caso dependemos do Governo do Estado, para que possamos discutir de maneira ampla todas essas questões que envolve o abastecimento de todas essas cidades da nossa região”, completa.

Atuação da diretoria

A atuação da diretoria de abastecimento e distribuição do SETCESP, está nos relacionamentos com os Centros de Distribuições e o Poder Público. Ela é composta por empresários de pequenas à grandes empresas.

No caso das grandes empresas, as discussões estão dentro do âmbito das questões de recebimento e infraestrutura nos grandes Centros de Distribuições (CDs). “Lugar para os motoristas ficarem, estacionamento para os nossos caminhões, para não ficarem na rua e por questão de segurança, até mesmo o conforto dos nossos motoristas”, explica Barbosa.

No caso dos pequenos empresários, que geralmente abastecem o varejo, a discussão costuma ser com o poder público. As reivindicações são por ampliação de vaga para estacionamentos, bolsões de estacionamento, questões de melhora de segurança para realização de entregas, etc.

Um ano bom, talvez nem tanto

Embora tente manter o otimismo com o setor, Marinaldo mostra-se apreensivo com o ritmo de 2023. “O consumo estando bom, vamos crescer bem. Se o consumo não estiver, evidentemente não cresceremos. Levando em consideração a previsão geral, a perspectiva é boa, mas não excelente”, explica.

O motivo de maior preocupação do diretor são os dados de endividamento das famílias. “Quando olhamos esses dados, precisamos olhar com bastante moderação a questão do nosso otimismo para 2023. Significa que o consumo vai continuar ‘patinando’ e, no caso de abastecimento e distribuição, o setor está ligado diretamente à venda, atuamos na ponta, na entrega na loja, no mercado, na farmácia, no varejo de modo geral”, finaliza.

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