Scania aposta em Big Data para agilizar entrega de peças de reposição

Montadora desenvolve programa baseado em learning machine, para agilizar central de peças em Vinhedo (SP).

Layout do programa desenvolvido pela Scania que usa machine learning

A capacidade de dispor e analisar uma vasta quantidade de dados, também conhecida como Big Data, visando o aumento da produtividade, a redução de tempo e de custos, em benefício dos clientes, vem se tornando cada vez mais estratégico. Em especial nas empresas afinadas com a Indústria 4.0, como o é o caso da Scania, que integra o setor automotivo.

No esforço de acompanhar essa tendência, a montadora instalada em São Bernardo do Campo (SP) passou a promover soluções de tecnologia usando Big Data. A iniciativa deu origem a um projeto piloto, baseado no machine learning, que promete mudar a estrutura do Centro de Peças de Reposição de Vinhedo (SP) e gerar uma economia mensal de 6%. 

Centro de Peças de Reposição da Scania, em Vinhedo.

Inspiração em cervejas e fraldas

Em 1997 a rede de supermercados Walmart percebeu um comportamento recorrente dos seus clientes: muitos que compravam fraldas, também compravam cerveja. Então, para facilitar, os produtos foram colocados um ao lado do outro, o que acabou aumentando em 30% as vendas. Um fato que ficou conhecido pelos especialistas de  marketing como o caso das cervejas e fraldas. 

O projeto que surgiu neste ano na Scania teve inspiração e segue a mesma lógica. “Quais peças são vendidas juntas e como podemos deixar o nosso supermercado mais funcional?”. Entre essa pergunta e os primeiros testes do programa se passaram cerca de 3 ou 4 meses, como explica Camila Morais, analista de processos. Ela tocou o projeto em parceria com Marcela Magnani, também analista de processos.

Camila Morais, analista de processos

“Usando as informações de vendas das peças, nós desenvolvemos um programa onde a máquina entende essas informações e nos dá o direcionamento de quais são as peças mais vendidas juntas. Assim, foi possível organizar o Centro de Reposição de uma forma a economizar tempo na hora de pegar aquele componente. Num teste de um pedido de 4 peças, por exemplo, tivemos um resultado de 62% menos distância com esse novo método”.

Além da economia de bateria. utilizadas nas empilhadeiras elétricas, o processo resultou em um ganho de mão de obra da ordem de 6%, levando em consideração o tempo e o esforço economizado do funcionário. “O objetivo é melhorar o processo interno do Centro, tornando-o mais rápido e produtivo. Dessa forma, vamos conseguir atender o cliente final de forma mais rápida”, ressalta Camila.

Ademir Egidio, Gerente executivo da Scania América Latina

Em adição, Ademir Egídio, Gerente executivo da Scania América Latina, explica que o projeto impactou sobretudo a ponta final do processo. “Quando a operação interna funciona bem, toda a cadeia se beneficia. Se você promete uma entrega da peça em 24 horas, o processo confiável vai confirmar a disponibilidade. Isso faz a diferença”.

Atualmente, a Scania busca estender o projeto piloto para ter um alcance maior, até abrigar por completo toda a planta de Vinhedo. “O programa está pronto, mas ainda precisa validar os ganhos monetários, testar a execução para depois implementar”, comenta Camila.

Foco na tecnologia

É impossível ignorar o potencial dessas ferramentas para a indústria. A Scania não quer ficar para trás e, por isso, Ademir afirma que será uma das áreas de foco da marca para 2024. “A gente começou a estruturar essa área há três anos para, agora sim, organizar e usar os dados de forma estratégica e benéfica para todos”.

Vale citar outro case de uso de dados e machine learning, que pode produzir ainda mais impacto para o consumidor, embora não esteja ainda concluído. O plano prevê antecipar a demanda de peças solicitada pelas revendas da marca. Como os veículos vendidos estão todos conectados, a Scania estuda utilizar esses dados para sair do “modelo reativo”. “A partir do planejamento da manutenção é possível identificar, com antecipação, quando será a demanda de determinada peça e assim agilizar o processo. Queremos usar os recursos para reduzir os trabalhos manuais e aumentar os processos analíticos”, finaliza Ademir.

Layout do programa desenvolvido pela Scania que usa inteligência artificial. Ele diz quais peças são mais vendidas e devem ficar próximas

LEIA MAIS: CNT lança a nova edição da pesquisa de rodovias brasileiras

Compartilhe nas redes sociais

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, entre com seu comentário
Por favor, entre com seu Nome aqui!