Para a ABIDIP, importação de pneus ajuda a suprir a demanda interna

Ricardo Alípio da Costa, presidente da entidade, comenta que a importação de pneus é uma alternativa aos produtos locais

Por Gustavo Queiroz

- abril 8, 2025

Pneus importados respondem por 37% da demanda nacional

Alvo de polêmicas e disputas com fabricantes nacionais, a importação de pneus para uso comercial ganhou força nos últimos anos, impulsionado pela demanda por variedade, qualidade e preços competitivos. No entanto, os desafios são muitos, desde a complexa legislação tributária e ambiental até a concorrência com a indústria nacional, comenta Ricardo Alípio da Costa, presidente da Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (ABIDIP).

Ricardo Alípio da Costa, presidente da ABIDIP, fala sobre importação de pneus
Ricardo Alípio da Costa, presidente da ABIDIP

Para importar pneus no Brasil, as empresas precisam atender a uma série de exigências. É necessário estar cadastrado no Siscomex, ter capital social compatível com o volume importado e passar pela certificação do Inmetro para determinadas medidas, como pneus de caminhão e automóveis. Além disso, há a obrigação ambiental em que cada pneu novo colocado no mercado deve ser compensado pela destinação adequada de um pneu inservível, com fiscalização trimestral do Ibama. “Por esse motivo, a ABIDIP exige que seus associados cumpram rigorosamente as metas ambientais”, ressalta o presidente.

Medidas antidumping

Outro ponto crítico são as medidas antidumping, aplicadas quando há suspeita de preços abaixo do valor de mercado. “Se confirmado o dumping, o importador paga uma sobretaxa para equilibrar a concorrência com a indústria nacional“, diz.

Um dos argumentos frequentemente usados para defender taxações maiores sobre a importação de pneus é a geração de empregos pela indústria nacional. No entanto, o presidente da ABIDIP contesta ao afirmar que “não existe ‘indústria nacional” no sentido estrito, pois as fábricas aqui instaladas pertencem a multinacionais que remetem lucros ao exterior. Já os importadores são empresas brasileiras que reinvestem seus ganhos no país, garante o dirigente.

Alípio também destaca que os próprios fabricantes nacionais são grandes importadores. “Dos 10 maiores importadores de pneus, cinco são indústrias que produzem no Brasil. Eles importam o excedente que não conseguem fabricar aqui“.

Quanto ao mercado, o executivo projeta continuidade na expansão dos importados, que hoje representam 37% das vendas no Brasil.Enquanto a indústria local não suprir toda a demanda, a importação seguirá como alternativa essencial para o consumidor“, finaliza.

LEIA MAIS: Controlar a calibragem é princípio básico na gestão de pneus

Compartilhe nas redes sociais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Destaques