Mira Transportes usa rádio frequência para cálculo do TCO

Empresa aproveita a tecnologia de rádio frequência para calcular a hora da troca dos implementos da empresa, junto com a manutenção preventiva e a locação

Por Gustavo Queiroz

- agosto 1, 2025

Frota Mira (17) BAIXA

Em um cenário onde o cálculo do TCO (Custo Total de Propriedade) associado aos implementos rodoviários é frequentemente negligenciado, o Mira Transportes adota uma estratégia diferenciada. No esforço de administrar uma frota de mais de 300 carretas próprias, além das locadas, a transportadora paulista foca em manutenção preventiva, renovação programada e adoção de tecnologias para garantir eficiência e atender às demandas de clientes de alto valor agregado, como os setores farmacêutico, cosmético e de autopeças.

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Jansen de Jesus, diretor Comercial do Mira Transportes

De acordo com Jansen de Jesus, diretor Comercial do Mira, a vida útil média dos implementos na empresa gira em torno de 10 a 15 anos, limitada não pelo desgaste físico, mas pelas exigências do mercado. “O cliente começa a exigir equipamentos mais novos, assim como os cavalos mecânicos. Se tenho uma carreta de madeira, por exemplo, ela não é aceita em laboratórios. Por outro lado, trocar todo o piso sai mais caro do que adquirir um implemento novo”, explica.

Além dos pneus, que em muitos implementos chegam a 18 ou 20 unidades, exigindo trocas frequentes, inúmeros componentes influenciam no TCO. Caso por exemplo dos discos e lonas de freio, além da manutenção do chassi e dos sistemas elétricos e dispositivos de segurança, como sensores de fadiga e telemetria, que se tornaram itens relevantes.

“Uma carreta tem pelo menos 80 itens para monitorar. Se pegar um segmento de alta tecnologia, como o farmacêutico, a exigência é ainda maior, já que a isotermia, o controle de temperatura e a rastreabilidade são essenciais”, destaca Jansen.

Logística em transformação

O executivo lembra que o RFID (Radio Frequency Identification) está transformando a logística, indo além dos tradicionais códigos de barras. Essa tecnologia permite monitoramento em tempo real de cargas, pallets e até mesmo componentes de veículos, como pneus e freios, reduzindo erros e agilizando processos em centros de distribuição. “Na China, já vimos sistemas que monitoram tudo via sensores. Acredito que até 2030 isso será realidade no Brasil“, projeta o executivo.

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Rádio frequencia permite calcular a hora certa da renovação da frota de implementos

A tecnologia ainda permite um controle preciso da vida útil de implementos, registrando quilometragem e programando manutenções preventivas. “Com o RFID, poderemos saber exatamente quantos quilômetros uma carreta rodou, mesmo sendo acoplada a diferentes cavalos. Isso é essencial para otimizar o TCO dos implementos”.

No futuro, a integração do RFID com telemetria e inteligência artificial promete trazer ainda mais automação, desde a gestão de frotas até a prevenção de roubos. De acordo com a transportadora, inovação e gestão eficiente do ciclo de vida dos implementos são essenciais para se manter competitivo em um mercado cada vez mais exigente.

Na tentativa de equilibrar custos e flexibilidade, o Mira tem aumentado o uso de frotas locadas, que hoje representam 60% no caso dos implementos. A meta é chegar a 70% nos próximos anos. “Com a locação, garantimos equipamentos modernos sem investir alto em aquisição. Temos contratos que permitem trocar os implementos conforme a necessidade, algo crucial com as mudanças tecnológicas e legais”.

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