Lítio pode beneficiar exportações brasileiras por demanda e fontes renováveis 

Mineral se torna alternativa para a geração de energia e Brasil pode virar um grande player do segmento

 

Minério muito visado por diversos setores da economia, o lítio pode tornar o Brasil, um grande exportador dessa matéria-prima. Uma pesquisa realizada pelo Grupo Descartes Systems, líder global na união de negócios intensivos em logística no comércio, evidenciou que o país tem condições de se tornar uma potência na exportação de lítio e, principalmente, das baterias de íons de lítio.  Os dados apontam que em 2022, o país aumentou a sua exportação de lítio em aproximadamente 38.6% no valor FOB, atingindo o valor de US$ 3,620,891, resultado acima de 2020, quando o país exportou, aproximadamente, valor FOB US$ 2.611.646 em baterias de íons de lítio. Além disso, os países que mais importaram o elemento mineral do Brasil (referência último ano de 2022 e valor FOB) foram: Estados Unidos, México, Romênia e Vietnã.

Um decreto publicado recentemente pelo governo federal prevê um investimento de R$ 15 bilhões na produção do minério até 2030. “Deste modo, caso consigamos traçar um cenário favorável para a produção e desenvolvimento interno do lítio, transição de políticas energéticas voltadas para o mercado de fontes renováveis e crescimento da demanda, podemos afirmar que o Brasil pode se tornar um grande exportador mundial”, afirma Helen Abdu, Responsável pelas soluções Global Trade Intelligence da Descartes na América Latina.

A pesquisa foi extraída da ferramenta da companhia denominada Datamyne, que abrange um total de 230 mercados em cinco continentes. Além disso, o serviço apresenta transações comerciais em mais de 80 países e acompanha 76% das exportações e importações do planeta.
Os países que mais importaram o elemento mineral do Brasil em 2022 foram Estados Unidos, México, Romênia e Vietnã. “Durante a pandemia e em razão da guerra entre Rússia e Ucrânia, o mercado de componentes eletrônicos ficou escasso e  o lítio apresentou um desempenho fundamental para os novos carros elétricos que chegam ao mercado e também entre outros mercados. O Brasil possui um grande papel, pois visualizamos que o país cresce em número de exportação do elemento químico. Portanto, essa enorme capacidade do país deve chamar ainda mais a atenção de diversos segmentos que utilizam o material para o desenvolvimento de produtos”, explica Helen.

O estudo também evidencia os EUA como nação que está liderando a corrida pelo lítio. O país desenvolveu uma meta para eletrificar tudo o que for possível (electrifying everything). Além disso, subsídios governamentais, incentivos fiscais e mandatos de políticas locais e nacionais estão sendo implantados nos EUA para acelerar a transição para edifícios e veículos totalmente elétricos. O aumento pós-pandêmico nas importações de baterias de lítio dos EUA ressalta o desafio de atender à demanda crescente – e moderar os custos – da “gasolina do século XXI”.

Dados do comércio global indicam que o volume de importações dos EUA do segundo trimestre de 2022 ficou no mesmo nível do mesmo trimestre de 2021, avançando apenas 1,2%. Mas uma comparação ano a ano com o segundo trimestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2022, mostra um aumento de quase quatro vezes de 283,8% nas importações.

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