Licenciamento de caminhões cresce em ritmo lento

Para a ANFAVEA, o programa de descontos anunciado pelo governo deve estimular a indústria de autoveículos

Caminhões

Em maio, 8,2 mil caminhões foram licenciados, o que representa um aumento de 5,1% em comparação com abril, quando esse número foi de 7,8 mil unidades. Mesmo assim, comparado ao mesmo mês do ano passado a queda foi de 20,9%, período em que 10,4 mil caminhões foram registrados para venda. No acumulado do ano, a diferença entre 2022 e 2023 é de -4,2%, sendo 46,6 ml contra 44,7 mil unidades licenciadas, respectivamente.

Os números foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) com o anúncio da nova medida governamental que pretende estimular a troca de caminhões e ônibus com mais de 20 anos em circulação. A garantia é que a categoria obtenha descontos de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil, desde que entregue o veículo antigo à reciclagem.

Ônibus

Os licenciamentos de ônibus têm crescido a cada mês com a melhora do setor rodoviário, por conta do aumento na demanda de passageiros com o estímulo do turismo sazonal. Em maio, 1.920 unidades foram licenciadas contra 1.409 em abri, aumento que representa 36,3%.

Quando comparado a maio do ano anterior, que teve 1.456 unidades licenciadas, o aumento foi de 31,9%. Já no acumulado do ano, 9.548 unidades foram registradas para venda, enquanto ano passado o número foi de 5.905, aumento de 61,7%.

Produção

A produção de autoveículos em maio teve o melhor resultado desde agosto, com 227,9 mil unidades, 27,4% superior a abril e 10,7% a mais que em maio de 2022. Para ANFAVEA, alguns fatores foram responsáveis por essa alta, como o retorno das fábricas que haviam parado em parte do mês anterior, o maior número de dias úteis e, sobretudo, a expectativa gerada pelo anúncio de medidas para reaquecer o mercado, com descontos para modelos de até R$ 120 mil. Muitas empresas ampliaram seus estoques à espera de uma forte demanda a partir deste mês.

Por outro lado, essa espera pela MP do Setor Automotivo, publicada no dia 5 no Diário Oficial da União, ocasionou um adiamento de compra por parte de muitos consumidores desde a metade de maio. O resultado foi uma desaceleração do ritmo de vendas, mesmo após uma primeira quinzena muito positiva.

As 176,5 mil unidades emplacadas no último mês representaram crescimento de 9,8% sobre abril e recuo de 5,6% sobre o mesmo mês do ano passado. Como maio teve quatro dias úteis a mais que abril, a média diária de vendas caiu 10,1% em relação ao mês anterior, de 8.929 para 8.025 unidades/dia.

Esses movimentos da produção e do mercado interno geraram pela primeira vez em três anos um nível de estoque que só se verificava antes da pandemia, com mais de 250 mil unidades nos pátios das fábricas e das concessionárias. Volume que tende a ser escoado com rapidez, agora que os descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil oferecidos pelo governo federal estão válidos, além de eventuais reduções oferecidas pelas montadoras e suas redes.

Expectativas

Pelas estimativas da ANFAVEA, cerca de 100 mil a 110 mil automóveis e comerciais leves deverão usufruir dos descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil, antes do esgotamento do teto de R$ 500 milhões em créditos tributários disponibilizados pelo Ministério da Fazenda. Isso deverá ocorrer em pouco mais de um mês, ou seja, bem antes dos 4 meses de prazo estipulado pela MP 1175.

Para caminhões e ônibus, espera-se um prazo mais largo para o teto de R$ 1 bilhão, até porque são veículos de maior valor, e com venda atrelada à retirada das ruas e reciclagem de veículos pesados com mais de 20 anos de uso, para desconto de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil, dependendo do produto.

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