Indústria já investe em tecnologias além da gestão

Tecnologias sustentáveis e inteligentes estão transformando os pneus em componentes ativos, capazes de se autorregular e até mesmo se autorreparar.

Por Gustavo Queiroz

- abril 15, 2025

Dunlop - Active Tread

A evolução dos pneus está longe de se limitar a borracha e estrutura. Em um futuro próximo, eles serão sistemas inteligentes, integrados à Internet das Coisas (IoT) e capazes de se adaptar dinamicamente às condições da estrada. O Grupo Sumitomo, proprietário da marca Dunlop, já trabalha em tecnologias que vão além do simples monitoramento de pressão, hoje comum em veículos modernos, bem como avança para soluções que prometem melhorar drasticamente a segurança e a eficiência no transporte.

No futuro, os pneus não apenas irão se adaptar às condições do solo mas, também, vão gerar dados em tempo real
Alex Rodrigues: no futuro, pneus irão gerar dados em tempo real

Uma das apostas da Sumitomo é o Active Tread, uma tecnologia que permite à banda de rodagem ajustar suas propriedades químicas conforme o ambiente. Em temperaturas muito baixas, o composto fica mais macio para garantir aderência na neve. Já em dias chuvosos, a borracha ganha flexibilidade para aumentar o contato com o solo, reduzindo o risco de aquaplanagem. No calor extremo, o material se torna mais rígido, evitando desgaste acelerado. “Essa inovação já está sendo testada em linhas específicas no Japão, onde as condições climáticas variam drasticamente”, explica Alex Rodrigues, gerente de Processos da Dunlop. “A ideia é que, no futuro, os pneus não apenas se adaptem, mas também gerem dados em tempo real sobre temperatura, umidade e condições da pista, contribuindo para uma condução mais segura“, complementa.

 

Autorreparo

Outro avanço em estudo é a capacidade de autorreparo. “Imagine um pneu que, ao sofrer um furo, usa um composto especial que se liquefaz sob baixa pressão, preenchendo a perfuração. Quando a pressão é restaurada, o material se solidifica novamente, selando o dano sem que o motorista precise intervir”, antecipa.

Além disso, a integração com IoT permitirá que os pneus enviem informações detalhadas para sistemas de gestão de frotas, otimizando manutenções e reduzindo custos operacionais. “Isso será crucial para frotas de carga e veículos de alto padrão, onde a eficiência é crítica”, destaca o especialista.

Eletromobilidade 

Com a ascensão dos veículos elétricos, os pneus também precisam evoluir. Eles devem suportar o peso extra das baterias e lidar com o torque instantâneo dos motores elétricos, que tendem a desgastar a borracha mais rapidamente. “A Sumitomo já fornece pneus para modelos híbridos da Toyota, combinando compostos mais resistentes com baixa resistência ao rolamento, essencial para maximizar a autonomia dos EVs”, conta Rodrigues.

Alinhado às metas de sustentabilidade, o grupo investe em tecnologias que reduzam a resistência ao rolamento, diminuindo o consumo de combustível e as emissões de CO₂. Enquanto algumas inovações ainda estão em fase de testes no Japão, a tendência é que, em alguns anos, os pneus deixem de ser componentes passivos e se tornem peças-chave na revolução da mobilidade sustentável e conectada. “A indústria como um todo precisa evoluir nessa direção”, finaliza o especialista.

 

 

 

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