Trans Kothe investe em energia solar para reduzir custos do transporte

No esforço de reduzir a emissão de carbono na atmosfera, que gera o efeito estufa, a Trans Kothe inova ao instalar painéis solares em parte da frota e nas instalações da empresa

Utilizar a energia solar para poupar a bateria do caminhão e, com isso, reduzir a emissão de gases que geram o efeito estufa na atmosfera provocada pelo motor diesel. Com essa idéia, a Trans Kothe Transportes Rodoviárias, de Jundiaí (SP) foi a grande vencedora do 9º Prêmio de Sustentabilidade do Setcesp, na categoria Responsabilidade Ambiental. O case “Redução da Emissão de Carbono em Rotas de Grande Distância” foi considerado o melhor em sua categoria pelo júri, superando outras 20 iniciativas concorrentes.

Com mais de 50 anos de atuação, a Trans Kothe é uma operadora logística especializada no transporte de longa distância, tanto no Brasil quanto no Mercosul, que conta com uma frota de 1.500 veículos com idade média de até 4 anos. E uma estrutura composta de mais de 35 unidades, 18 armazéns e cerca de 2.600 colaboradores, sendo 1.500 motoristas. As operações incluem toda parte de armazenagem, distribuição, tratamento e beneficiamento de sementes para uso do agronegócio brasileiro.

Paulo Kothe

Paulo Kothe, diretor de Logística da Trans Kothe, conta que o projeto surgiu da necessidade de reduzir o impacto do transporte rodoviário no meio ambiente. A solução encontrada resultou de uma parceria com a empresa Rodosolar, provedora de soluções de energia solar fotovoltaica para uso automotivo. “Junto com nosso parceiro desenvolvemos uma solução patenteada e certificada pelos órgãos brasileiros que visa reduzir a pegada de carbono, durante todo o percurso do veículo e da viagem”.

Segundo Francisco de Oliveira Júnior, coordenador do Controle de Média da empresa, as soluções existentes no mercado – caso dos veículos a gás ou movidos a bateria – esbarram na falta de infraestrutura de carregamento, o que impede seu uso em rotas de longas distâncias. “É aí é que entra a placa solar veicular, que pode ser instalada sobre o teto do implemento ou cavalinho, gerando energia sustentável durante todo o percurso para manter as baterias sempre carregadas” Segundo ele, o equipamento atua na redução da marcha lenta, que é o tempo ocioso que o veículo fica parado consumindo combustível e bateria, enquanto mantém equipamentos em funcionamento como o ar-condicionado, geladeira, resfriador de ar ou outros aparelhos eletroeletrônicos. O mesmo acontece nas partidas do veículo que roubam força da bateria.

Assista no YouTube: Entrevista completa com Francisco de Oliveira Júnior e Verônica Rufino, engenheira ambiental da Trans Kothe

Placar solar veicular em detalhe

Etapas do projeto

A implantação do projeto seguiu várias etapas, a começar do levantamento dos dados. Como a quantidade de combustível que o veículo gasta na marcha lenta em uma operação normal e a projeção de redução do consumo. Depois, a empresa agrega os custos com a instalação das placas – cerca de R$ 3.890 por veículo – para apresentação e aprovação da diretoria. A terceira etapa consiste na implantação do projeto e a manutenção do parque solar, feita em conjunto com a Rodosolar.

Mais interessante de tudo é o que o projeto não se restringiu às aplicações veiculares. De olho na economia de energia, a Trans Kothe estendeu o uso das placas solares para as instalações da empresa. Caso da matriz em Jundiaí, além de Balsas no Maranhão, duas no Mato Grosso e outra na filial de Goiânia, em processo de instalação. Hoje, o parque solar abrange mais de 280 veículos, além de todas as unidades e armazéns, totalizando um investimento da ordem de R$ 3,9 milhões. Segundo a empresa, o retorno previsto em torno de três anos.

“Os resultados foram obtidos por meio da tecnologia de telemetria, a partir de equipamento instalado no caminhão, que calcula o tempo do veículo parado e o consumo de combustível. O monitoramento das placas solares prediais, por sua vez, é feito por meio de uma empresa terceirizada, através de um aparelho conversor disponibilizado para consulta”, explica o coordenador do Controle de Média da Trans Kothe.

Dessa forma, a iniciativa atendeu 5 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, pela ordem: Energia Limpa e Acessível (7), Indústria, Inovação e Infraestrutura (9), Cidades e Comunidades Sustentáveis (11), Consumo e Produção Responsáveis (12) e Ação contra a Mudança Global no Clima (13).

Economia em escala

Além da recompensa financeira, a Trans Kothe contabiliza inúmeros outros ganhos com o uso de painéis soltares veiculares e prediais. “Apenas em 2022, deixamos de emitir 1.521 toneladas de CO2, o equivalente ao plantio de 69 mil árvores. A durabilidade das baterias também aumentou 40% e economia de combustível em marcha lenta alcançou a marca de 50% na comparação com um veículo sem placa solar. Sem contar a economia de óleo diesel, calculada em 141 mil litros no período”, calcula Verônica Rufino, engenheira ambiental da Trans Kothe.

Mais detalhes do projeto: Revista Frota&Cia edição 252 – Especial Transporte Sustentável

Leia também: Setcesp revela vencedores do 9ª Prêmio de Sustentabilidade

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