Em um cenário global de crescente preocupação com as mudanças climáticas e a necessidade de reduzir as emissões de poluentes, a Cummins Emission Solutions se destaca como uma das empresas líderes no desenvolvimento de tecnologias para tornar o transporte rodoviário mais limpo e eficiente. Em entrevista, Daniel Malaman, gerente geral da empresa, detalhou os avanços trazidos pelo Proconve P8 (equivalente ao Euro 6), as inovações da linha Single Module e os desafios da transição para motores menos poluentes.
As regulamentações ambientais têm se tornado cada vez mais rigorosas, exigindo que fabricantes de motores e componentes invistam em soluções que reduzam significativamente as emissões de gases poluentes. “O Proconve P8 trouxe uma redução de 80% nos óxidos nitrosos (NOx) e 50% no material particulado em comparação com a fase anterior (P7/Euro 5)“, explica Malaman.
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Uma das principais mudanças foi a obrigatoriedade de combinar dois sistemas de tratamento de gases, incluindo os filtros DOC e DPF com a tecnologia de recirculação de gases SCR, que reduz o índice de NOx por meio do uso do ARLA 32. “Antes, os fabricantes podiam escolher entre um sistema ou outro. Agora, é necessário adotar ambos para atender aos limites mais restritivos“, afirma.
Para atender a essas exigências, a Cummins desenvolveu o Single Module, um sistema de pós-tratamento modular que combina alta eficiência e redução de custos operacionais. “Ele é 60% menor e 40% mais leve que as tecnologias anteriores, além de permitir manutenções mais rápidas e direcionadas“, destaca Malaman.
Entre as vantagens para os frotistas estão o menor consumo de ARLA 32, graças a um sistema de dosagem mais preciso; redução do consumo de diesel, devido à melhor eficiência térmica; e facilidade de manutenção, já que cada módulo pode ser substituído individualmente, diminuindo tempo e custo de reparo. “O Single Module já é utilizado globalmente, e trouxemos essa expertise para o Brasil, onde vemos muitas montadoras ainda usando sistemas ultrapassados“, avalia o executivo.
Um dos maiores desafios para garantir a durabilidade dos sistemas de pós-tratamento é a qualidade do combustível e do ARLA 32. “O ARLA adulterado é um problema grave. Ele não só prejudica a eficiência do SCR como pode aumentar o consumo de diesel e danificar componentes“, alerta Malaman.
Além da tecnologia
Outro ponto crítico é a cultura de manutenção preventiva. “No Euro 5, era comum ver adulterações no sistema para ‘economizar’. Agora, os transportadores perceberam que isso só gera custos maiores no longo prazo“, diz. A Cummins tem trabalhado em parceria com montadoras e concessionárias para conscientizar sobre a importância de verificações regulares nos sistemas de escape.
Para Malaman, a missão da Cummins vai além do cumprimento das leis ambientais. “Queremos entregar eficiência operacional e reduzir o impacto ambiental, mas também precisamos que o frotista veja valor econômico nisso“, afirma.
A empresa investe em pesquisa e desenvolvimento contínuos, além de adaptar soluções globais para o mercado brasileiro, conhecido por suas condições rodoviárias desafiadoras. “Não adianta trazer uma tecnologia que funciona na Europa se ela não resistir às estradas daqui“, pondera.
A transição para motores Euro 6/Proconve P8 representa um salto tecnológico significativo, mas também exige adaptação de fabricantes, frotistas e postos de combustível. “A descarbonização não é uma escolha, é uma necessidade. E quem se antecipar vai colher os benefícios da eficiência e da sustentabilidade“, conclui Malaman.
Confira a entrevista completa com Daniel no YouTube da Frota&Cia: