Crise econômica brasileira extingue 3º turno nas montadoras

    O terceiro turno de trabalho, que consiste nas operações noturnas de produção nas fábricas, está em extinção entre as montadoras. Com o anúncio ontem da Ford, de encerrar o terceiro turno na unidade de Camaçari-BA, apenas uma empresa do setor automotivo, a Hyundai, manterá esse tipo de expediente no País, na fábrica de Piracicaba-SP.

    A Ford informou que vai encerrar as atividades de produção do turno da noite na filial da Bahia a partir de março. Ao todo, trabalham nesse esquema cerca de 2 mil funcionários, incluindo o pessoal das fornecedoras de autopeças que atuam dentro do complexo industrial.

    A Ford também disse, em nota, que “utilizará todas as ferramentas possíveis” para tratar do excedente da força de trabalho na fábrica e que, neste momento, está em negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari.

    O presidente do sindicato, Júlio Bonfim, afirmou que, das mais de 2 mil pessoas que trabalham no terceiro turno, 700 são funcionários diretos da Ford. Ao todo, o complexo emprega aproximadamente 10 mil trabalhadores, sendo 4,6 mil da Ford e os demais das autopeças e das empresas prestadoras de serviços.

    A Ford informou também que a produção de veículos será suspensa na Bahia entre os dias 26 de novembro e 4 de dezembro, para adequar estoques. Bonfim acrescentou que todos os 10 mil funcionários do complexo terão férias coletivas em fevereiro. A empresa confirmou que a parada vai ocorrer de 8 a 26 de fevereiro. Durante as festas de fim de ano os funcionários também serão dispensados por dez dias.

    Terceiro turno

    Neste ano, encerraram atividades noturnas nas áreas de produção a Volkswagen – em São Bernardo do Campo e Taubaté-SP -, e a General Motors em Gravataí-RS.

    O setor automotivo demitiu neste ano, até outubro, 11,8 mil trabalhadores e emprega atualmente 132,7 mil pessoas. Além disso, cerca de 34% da mão de obra das empresas está com alguma restrição em suas atividades.

    Neste ano, até agora, as montadoras tiveram a produção paralisada pelo equivalente a mais dois anos, na soma de dias em que cada fábrica suspendeu as atividades por causa da fraca demanda. A conta total passa de 840 dias de paradas por férias coletivas, folgas e banco de horas (a ser compensado futuramente).

    Fonte: O Estado de S. Paulo 

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