CEO da Daimler Buses prevê eletromobilidade mais competitiva no Brasil

Para Till Oberwörder, mercado brasileiro precisa superar o estágio inicial da eletromobilidade para colher os benefícios ambientais e econômicos da transição energética

Till Oberwörder, CEO da Daimler Buses | Foto: Gustavo Queiroz para Frota&Cia
Till Oberwörder, CEO da Daimler Buses | Foto: Gustavo Queiroz para Frota&Cia

Em entrevista com o CEO da Daimler Buses, Till Oberwörder, a Frota&Cia questionou o executivo sobre os diferentes estágios de desenvolvimento do mercado de eletromobilidade na Europa e no Brasil. A pergunta surgiu após um dado divulgado pelo Grupo Daimler em coletiva de imprensa, durante a IAA Transportation 2024, afirmando que a atual diferença de preço de aquisição de um veículo elétrico sobre um a combustão está diminuindo, mas ainda chega a ser o dobro, o que já começa a fazer sentido econômico para os clientes europeus também em termos de TCO (custo total de propriedade, na sigla em inglês), além da pegada ambiental.

Todavia, no Brasil a disparidade entre os custos de aquisição é ainda maior e um ônibus elétrico chega a custar três ou quatro vezes mais sobre os já inflados preços dos veículos, dependendo do caso. Segundo Oberwörder, a equação será mais favorável no Brasil quando o mercado nacional superar o seu estágio inicial. “Há cinco anos, aqui, na Alemanha e em toda a Europa, se conversava muito sobre o início do mercado dos ônibus elétricos. O custo de aquisição destes produtos é muito mais alto e, por isso, tinha um subsídio para fomentar a transição para a eletromobilidade”, pontuou.

“A tecnologia foi desenvolvida tão rapidamente e a capacidade da atual geração de baterias é tão maior, que permite aos veículos circularem pelas cidades de forma mais tranquila, passando de uma vantagem meramente ambiental para também ganhos técnicos em apenas cinco anos. Portanto, se tivéssemos (Mercedes-Benz) uma bateria produzida no Brasil, poderíamos pensar em outros valores também”, afirma Oberwörder.

Para os clientes nacionais da Mercedes-Benz, a montadora já comercializa o chassi elétrico eO500U e já confirmou, para 2026, o início das vendas do modelo articulado eO500UA. “No Brasil, este mercado ainda é bastante inicial e ainda estamos descobrindo como esses ônibus se comportarão efetivamente nas frotas. Eu imagino o Brasil que, em cinco anos, esteja em uma situação parecida como a da Europa, agora. Os preços cairão, ainda que em outro nível, e o TCO fará mais sentido. Atualmente, temos uma boa avaliação dos nossos veículos elétricos com clientes de São Paulo”, finaliza Oberwörder.

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