O setor de implementos rodoviários encerrou o primeiro semestre de 2025 com um recuo de 4,2% nas vendas em comparação com o mesmo período de 2024. Entre janeiro e junho deste ano, foram emplacadas 72.183 unidades, contra 75.351 no ano anterior. Apesar do resultado negativo, a linha Leve apresentou crescimento expressivo, contrastando com a queda no segmento Pesado.
José Carlos Spricigo, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (ANFIR), reconhece que o desempenho geral não é positivo, mas destaca a resistência do mercado. “O recuo não é uma boa notícia, mas se há algo a pontuar é termos um semestre com a manutenção da curva positiva de vendas da linha Leve”, afirma. O executivo ressalta a necessidade de resiliência diante dos desafios atuais. “É preciso nos mantermos focados em nossas melhores competências, pois são elas que nos ajudarão a superar os obstáculos”, diz.
Sobe e desce
Enquanto o segmento Pesado registrou uma queda de 19,78%, com 35.831 unidades vendidas no primeiro semestre (ante 44.664 em 2024), o segmento Leve cresceu 18,46%, alcançando 36.352 emplacamentos, superando, pela primeira vez, o volume do Pesado. No mesmo período do ano passado, foram comercializadas 30.687 unidades leves.
Dentro do segmento Pesado, algumas categorias se destacaram com altas significativas, como Baú lonado (+31,54%), Baú carga geral (+31,14%), Porta contêiner (+18,36%) e Carrega tudo (+12,42%). Já no Leve, todas as linhas apresentaram crescimento, reforçando a tendência positiva.
Para o segundo semestre
As projeções da ANFIR para os próximos seis meses seguem otimistas. A expectativa é que o segmento Leve atinja cerca de 80 mil unidades até o fim do ano, consolidando um desempenho robusto. Já o Pesado deve ultrapassar as 70 mil unidades, demonstrando a resiliência do setor mesmo em um cenário desafiador, marcado por custos elevados para operadores logísticos e condições de financiamento menos favoráveis.
O mercado de caminhões, segundo a Fenabrave, também recuou (-3,62%) no primeiro semestre, refletindo as dificuldades enfrentadas pelo setor de transporte e logística. Apesar disso, a indústria de implementos mantém expectativas de recuperação, apostando na diversificação de produtos e na demanda por soluções mais eficientes.