Cargas retidas no aeroporto de Guarulhos podem gerar custos extras para empresas

Crise no Terminal de Cargas do Aeroporto de Guarulhos pode aumentar os preços dos produtos, além de ameaçar prazos de entrega.

Por Priscila Ferreira

- dezembro 5, 2023

Cargas retidas

Crise no Terminal de Cargas do Aeroporto de Guarulhos (TECA) pode aumentar os preços dos produtos, além de ameaçar prazos de entrega de medicamentos essenciais. De acordo com o especialista em comércio exterior e Diretor da AGL Cargo, Jackson Campos, a situação atingiu um ponto crítico, afetando não apenas a importação, mas também a exportação.

O volume de cargas armazenadas atingiu níveis tão elevados que as unidades aeronáuticas, uma vez descarregadas, não estão sendo liberadas a tempo para retornar com cargas destinadas ao exterior. “O terminal tem um papel importante no transporte de mercadorias, conectando o Brasil ao resto do mundo. Quando esse sistema enfrenta desordens e ineficiências, diversos setores são afetados”, explica o especialista.

Obstáculos

Entre os principais obstáculos, Campos destaca a interrupção do sistema operacional do terminal, que resultou em atrasos e dificuldades na gestão de cargas. Além disso, falhas em equipamentos essenciais comprometeram a eficiência do processo logístico, gerando transtornos para importadores e exportadores que dependem do Aeroporto de Guarulhos como ponto fundamental para suas operações.

Ele também chama atenção para o setor da saúde, e diz que os medicamentos com temperatura controlada estão sendo priorizados. No entanto, mesmo esses enfrentam atrasos, enquanto matérias-primas secas ficam dias na pista, aguardando serem processadas em ordem de chegada.

Situação agravada

A GRU Airport relatou que a situação foi agravada pela ocorrência de fortes chuvas na região, exacerbando as dificuldades logísticas e contribuindo para a extensão do período de interrupção.

“É importante ressaltar que somente em 19 de novembro a GRU Airport retomou o atendimento nos finais de semana, buscando mitigar os impactos acumulados ao longo das últimas semanas. Essa medida visa acelerar a normalização das operações e reduzir os prejuízos enfrentados pelos envolvidos na cadeia logística”, enfatiza Campos.

Para o especialista em comercio exterior, esse colapso no terminal não apenas encarece os produtos que chegam ao Brasil, mas também prejudica a eficiência do país no cenário internacional. A incapacidade de processar cargas de exportação de forma oportuna prejudica a reputação do Brasil como parceiro comercial confiável.

“As comunidades empresariais, em particular, estão sofrendo as consequências financeiras dessa crise logística, enfrentando custos adicionais e atrasos que impactam diretamente a competitividade no mercado global”,  finaliza.

Leia também: GRU registrou movimentação de 43 mil toneladas de cargas este ano

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