Trânsito em horário de pico teve redução de 16,6% na capital paulista

    O trânsito na cidade de São Paulo teve uma redução de 16,6% nos horários de pico à tarde (das 17h às 20h), em 2015. Os dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) apontaram uma média de95 km nessa faixa de horário – em 2014, foram 114 km de extensão.

    A CET mede a lentidão entre 7h e 20h a cada 30 minutos. Segundo a companhia, foi registrada queda dos congestionamentos nos 27 horários de medição. No período de trânsito mais intenso pela manhã (das 7h às 10h), a redução foi menor: 6,6%. Em 2015, a média foi de 70 km contra 75 km, em 2014.

    A gestão Haddad atribui os resultados às “medidas adotadas pela Prefeitura para a melhoria do trânsito da cidade”, como a ampliação de faixas de ônibus e de ciclovias, a reforma de semáforos e a redução da velocidade máxima nas Marginais e em outras vias.

    Segundo secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, a redução da velocidade máxima permitida em diversas vias da cidade colaborou também para a melhoria na fluidez nos horários de pico porque com a redução de acidentes, os demais veículos ficam menos tempo parados.

    Os números apresentados pela prefeitura, segundo especialistas, podem ser explicados pela intensificação da crise econômica no país. Para o professor do Mackenzie Paulo Bacaltchuck, “isso [a queda do tráfego em horários de pico] se deve, basicamente, à recessão. Houve uma queda de 5,5% no número de caminhões transitando na cidade, o que contribui para a diminuição dos congestionamentos e para as mortes no trânsito”. O engenheiro de tráfego e consultor diz que discorda da totalidade das justificativas para a redução de tráfego nos horários de pico apresentadas pela prefeitura.

    Tatto afirma ainda que foram pesquisadas várias capitais, como Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Belo Horizonte para saber qual foi a redução do trânsito nos horários de pico.

    Para Bacaltchuck, o Rio não pode ser usado como parâmetro, já que a cidade possui diversas obras viárias. O professor Creso de Franco Peixoto, especialista em transportes do Centro Universitário da FEI, em São Bernardo do Campo-SP, segue linha de pensamento semelhante. Para ele, “a cada ponto percentual de quedano PIB vemos uma equivalência nos níveis de veículos (circulando)”.

    Em março, a Prefeitura de São Paulo já tinha chamado para si o crédito pela redução do número de mortes no trânsito, mas também foi contraposta por especialistas. Peixoto faz uma provocação para resolver a questão do mérito na melhora dos valores do trânsito da capital paulista. “O reaquecimento da economia (em alguns anos) é que vai mostrar os valores reais. Será aí que poderemos comparar se esses percentuais são bons”, afirma.

    Fonte: Folha de S. Paulo

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