Em cerimônia realizada em 17 de dezembro de 2025, no entorno do estádio do Pacaembu, na zona Oeste da capital paulista, a Prefeitura de São Paulo recebeu oficialmente 140 novos ônibus elétricos. Deste total, 96 veículos foram adquiridos com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A entrega marca um avanço concreto no programa de renovação da frota municipal, que agora conta com aproximadamente 1,2 mil ônibus elétricos em circulação.
Os novos coletivos, totalmente movidos a bateria, incorporam uma série de aprimoramentos voltados ao conforto e à segurança do usuário. Projetados para emitir menos ruídos, os veículos são equipados com ar-condicionado, tomadas USB para recarga de dispositivos móveis e sinal Wi-Fi gratuito. Parcialmente, a frota incorpora também câmeras de monitoramento integradas ao sistema Smart Sampa, da prefeitura, ampliando a segurança nos coletivos. A aquisição insere-se no contexto de um contrato de financiamento firmado entre o município e o BNDES no final de 2024, no valor de R$ 2,5 bilhões, para a compra de 1,3 mil ônibus elétricos de fabricação nacional. Com esta nova leva, somam-se 494 ônibus apoiados pelo banco dentro deste contrato específico.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, reforçou que os financiamentos para ônibus elétricos materializam o compromisso com a descarbonização do transporte urbano e com a melhoria da qualidade de vida. A operação é um instrumento estratégico para que São Paulo cumpra a Lei Municipal 14.933/2009, que estabelece a meta de zerar as emissões de gás carbônico de origem fóssil no transporte público até 2038. Desde 2023, o crédito total aprovado pelo BNDES para eletrificação de frotas soma R$ 4,5 bilhões, envolvendo projetos em outras capitais como Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, além dos estados da Bahia e do Espírito Santo e operadores privados. Este montante alavanca R$ 6 bilhões em investimentos e viabiliza a aquisição de 2 mil ônibus, com um potencial de redução de 122 mil toneladas de CO² anuais.
Dos 140 ônibus entregues, 40 unidades são provenientes da fabricante nacional Eletra Industrial, consolidando sua liderança no mercado paulistano, onde responde por 62% da frota elétrica já em circulação. Foram 25 veículos do tipo padron, com piso baixo, destinados à operadora Transunião, que atende linhas da zona Leste, e mais 15 unidades para a A2 Transportes, da zona Sul. A diretora-presidente da Eletra, Milena Braga Romano, destacou que a empresa possui ainda mais de 600 encomendas pendentes para a capital. Ela projeta que, impulsionado pelo ritmo de eletrificação de São Paulo, o Brasil deverá ultrapassar Chile e Colômbia, tornando-se o país com a maior frota de ônibus elétricos da América Latina até o final de 2026.
Outra montadora envolvida é a chinesa BYD, que entregou 53 unidades do modelo D9W, encarroçados pela Caio e pela Marcopolo, alcançando um total de 260 ônibus elétricos em operação na cidade de São Paulo. Os veículos entrarão em operação pelas empresas Alfa Rodobus, Pêssego Transportes, A2 Transportes e Express Transportes Urbanos. “Quando olhamos para 2025, vemos um ano que ficará marcado como o momento em que a mobilidade elétrica definitivamente ganhou espaço nas cidades brasileiras. São Paulo já ultrapassou a marca de mil ônibus elétricos em operação, e isso representa um salto histórico. Estamos ainda mais confiantes e entusiasmados com o que vem em 2026”, afirma Marcello Schneider, diretor de Veículos Comerciais e Solar da BYD Brasil.
