Renda média dos caminhoneiros sobe apenas 2,2% em 7 anos

Renda média líquida dos caminhoneiros quase não tem variação, enquanto custos do setor disparam. Números evidenciam razões para insatisfação do setor

O Projeto de Lei 1953/20 visa criar um auxílio para caminhoneiros e a suspensão temporária de empréstimos. Dessa forma, o Programa de Complementação

A renda média mensal líquida dos caminhoneiros autônomos subiu apenas 2,2% nos últimos sete anos. De acordo com a pesquisa Perfil dos Caminhoneiros 2019 da CNT (Confederação Nacional do Transporte), realizada em setembro de 2018,o valor líquido é de R$ 5.011/mês. Dessa forma, sendo apenas 2,2% que os R$ 5.011, levantados pelo mesmo estudo em 2011.

Entretanto, a variação nos custos para o transportador é bem maior. Ao comparar o valor médio por litro do diesel, os números são assustadores. Enquanto, em 2011 se pagava R$ 2,028 por litro em média, em setembro de 2018 a Agência Nacional do Petróleo (ANP)  R$ 3,605, um aumento de 77%, acima da inflação que foi de 53% no período. Com isso, a renda média do caminhoneiro deveria estar no mínimo 50% maior para acompanhar os custos.

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Ao comparar o rendimento bruto dos motoristas que trabalham com o próprio caminhão a defasagem é menor, mas ainda insuficiente. Segundo a pesquisa, a renda média bruta destes caminhoneiros era de R$ 13.411, em 2011. Já na pesquisa de setembro do ano passado, R$ 16.117, ainda fora dos R$ 20.526 ideais e enfatizando o aumento dos custos do transporte.

Variações são o dobro do PIB

Além da recessão nos últimos anos, a nova politica de reajuste de preços dos combustíveis são fatores que podem explicar a defasagem. Segundo, o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, o nível de atividade do setor de transporte varia o dobro do PIB, para o bem e para o mal. Ele comenta que o caminhoneiro autônomo é sempre o primeiro a sentir o efeito de tais oscilações.

“Grande parte da atuação dos autônomos está relacionada a contratações por empresas maiores. Funcionam como uma suplementação da oferta. Assim, quando a demanda cai para todos, eles são os primeiros a sofrer esse corte”, explica Batista.

Os números ajudam a entender a série de razões que culminaram na greve dos caminhoneiros do ano passado. Desde a campanha, e depois de eleito o Governo de Jair Bolsonaro tem assumido compromissos com o setor.

Fonte: GauchaZH

 

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