Para CNT, “transporte usa massivamente combustíveis fósseis”

Presidente citou, em evento, as estratégias de mitigação de emissões enquanto a transição energética não ocorre

O presidente do Sistema Transporte, Vander Costa chamou a atenção para “a grande responsabilidade do setor de transporte, que ainda utiliza massivamente combustíveis de origem fóssil”. “O Sistema Transporte tem feito uma verdadeira peregrinação pelo mundo para conhecer as tecnologias disponíveis. Por enquanto, um transporte de carga ou de passageiros que seja carbono zero em sua cadeia não existe. Porém, enquanto essa transição não ocorre, é preferível neutralizar o carbono”, instigou, referindo-se à renovação de frotas, ao uso de créditos de carbono e a outras medidas de mitigação. A declaração foi feita na quinta-feira, 13, durante o “painel Race to Zero e a Economia de Baixo Carbono“, que aconteceu em São Paulo (SP).

Em sua segunda edição, o evento reuniu líderes de segmentos diversos e aprofundou o compromisso de difundir um olhar diferenciado para a questão ambiental. “É esse o raciocínio: a gente precisa procurar poluir menor, causar menos danos ao meio ambiente. Quando o dano for inevitável, a obrigação é de reparar. Se, de fato, preciso ter caminhões movidos a diesel, que seja feito bom uso de um programa como o Despoluir, da CNT, voltado para o controle de emissões”, disse Vander Costa se referindo aquele que é considerado o maior programa ambiental privado do transporte brasileiro.

O presidente lembrou que o país tem vantagens energéticas importantes, como abundância de recursos hídricos, e já utiliza fontes de energia menos poluentes, como o GNV (gás natural veicular), embora a rede de distribuição desse combustível precise ser expandida. Ele citou, também, o hidrogênio verde como muito promissor. “Para essa proposta avançar, o governo terá de regulamentar as usinas off shore, cuja capacidade de produção é três vezes maior do que as on shore”, apontou.

Ceará está adiantado em projeto de hidrogênio verde – O hidrogênio verde, combustível obtido por meio de fontes renováveis, como é o caso da energia eólica, da energia solar/fotovoltaica e do processo de separação da molécula de hidrogênio da molécula de oxigênio existente na água, tem sido visto como uma energia promissora. No Brasil, o estado do Ceará (CE) tem se notabilizado no setor devido a projetos de viabilização de um Hub de hidrogênio verde. Hoje, existem 30 memorandos de entendimento entre o estado e empresas privadas que pretendem investir na exploração do combustível no Ceará. Juntos, os protocolos de intenção somam mais de U$ 8 bilhões de investimento.

De acordo com a mediadora do painel, a empreendedora de economia verde Patrícia Leiva, a questão das emissões de carbono “é uma dor sentida por todos”, seja do setor público, seja da iniciativa privada. “A gente entende que é uma pauta de todos nós e não há receita pronta. Conversamos com vários empresários e cada um tenta avançar de uma forma, principalmente, quando se trata de empresas de transporte”, ponderou. A próxima edição do evento deverá ocorrer em Brasília.

O ciclo de palestras é organizado pelo grupo Celo4, responsável pela plataforma Verden, e se alinha à companha global Race to Zero, que estimula uma economia de baixas emissões.

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