Operadores urbanos correm risco de insolvência, alerta NTU

Empresários do transporte urbano por onibus se reúnem na sede da NTU, em Brasilia

Para a entidade, 30% das empresas de ônibus urbanos estão à beira do colapso

A NTU, que reúne as empresas de transporte público urbano por ônibus, tornou pública a Carta de Brasília, que resume o encontro realizado na sede da entidade na capital federal, na última terça-feira (20), com o objetivo de avaliar a grave crise econômico-financeira enfrentada pelo setor e acentuada a partir de 2013.

Assinada por certa de 90 empresários do setor, o documento alerta para os riscos à sobrevivência das empresas e para a dificuldade de continuar ofertando esse serviço essencial para grande parte da população brasileira. E exige que o governo tome medidas urgentes para garantir a prestação dos serviços com qualidade e preços acessíveis.

A entidade reclama das promessas do governo federal que não saíram do papel, como o Pacto Nacional pela Mobilidade Urbana e o sucateamento de projetos de BRT e outros, lançados a reboque dos grandes investimentos anunciados no clima de euforia da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Tudo isso, segundo o setor, contribuiu para o desmonte de sistemas de transporte público, hoje incompletos, sem manutenção e segurança adequados, em total desrespeito com o orçamento público e com os usuários do sistema de transporte público por ônibus.

As consequências dessa política podem ser expressas em números. Nas contas dos operadores de ônibus urbanos, 10% das empresas de transporte coletivo fecharam as portas entre 2014 e 2016, e 30% do segmento, cerca de 600 empresas, enfrentam alto grau de endividamento e risco de insolvência.

Entre as propostas para fortalecer o setor estão o cumprimento rigoroso dos contratos de concessão ou permissão, respeitando os direitos e deveres das duas partes; o financiamento de parte dos custos operacionais do transporte coletivo pelo transporte individual; a retomada dos investimentos na infraestrutura urbana e a priorização dos espaços urbanos destinado ao transporte coletivo, entre outros.

“Todas as propostas estão alinhadas com a percepção do setor de que é impossível continuar ofertando um serviço sem a contrapartida dos governos federal, estaduais e municipais que, ao invés de estimular a melhoria desse transporte essencial para mais de 80% da população brasileira que se desloca por meio do ônibus, tem contribuído para a degradação do serviço”, esclarece o presidente executivo da NTU, Otávio Cunha.

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