A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) alerta para a possibilidade de aumento de 50% nas tarifas de ônibus. A advertência é amparada sobre o fato de que o setor tem permanecido em funcionamento sem apoio de políticas públicas, sobretudo, do governo federal.
Desse modo, com a manutenção das regras atuais dos contratos de concessões, esses aumentos podem acontecer a partir de janeiro do ano que vem. Segundo a NTU, os prejuízos das empresas que operam no transporte público já somam R$ 21,37 bilhões desde março do ano passado.
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Toda essa perda de capital decorre da queda no número de passageiros e da obrigatoriedade de manutenção da oferta para garantir o distanciamento social devido à pandemia da Covid-19. Isso já fez com que 52 empresas suspendessem a prestação dos serviços ou permanecessem sob intervenção ou recuperação judicial, até o momento.
Uma outra preocupação do setor é que tudo isso coincide com a correção salarial de motoristas e cobradores, que ocorre anualmente entre janeiro e maio. Os salários desses profissionais correspondem, em média, a 48,8% dos custos das empresas. Devido ao descontrole da inflação, que já acumula 10,25% nos últimos 12 meses, o setor prevê forte pressão por reajustes salariais. Nesse contexto, é possível que haja movimentos grevistas ou, até mesmo, demissões.
De janeiro de 2020 a setembro de 2021, houve perda de 87.497 postos de trabalho e registro de 333 movimentos grevistas, protestos e manifestações que ocasionaram a interrupção de 98 sistemas de transporte público em todo o país.
Além dos custos com mão-de-obra, o segundo maior gasto é com óleo diesel, que representa em média 26,6% do custo do transporte público coletivo.