Brasília – Eleitas como “prioridade total” do segundo governo de Dilma Rousseff para elevar a taxa de investimentos do País em meio à contenção de gastos públicos, as novas concessões em infraestrutura vão demorar a sair do papel e devem ter pouco impacto em 2015.
Há rodovias e ferrovias já selecionadas para uma nova rodada de oferta à iniciativa privada, mas todas ainda estão em fase de estudos. Não há prazo seguro sobre quando vão a mercado.
A única concessão pronta para ser leiloada é a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico). Ainda assim, a obra vive um impasse. O Tribunal de Contas da União (TCU) fixou em R$ 5,3 bilhões a estimativa de investimentos na linha.
Mas as empresas interessadas avaliam um custo mínimo de R$ 7 bilhões. E concluíram que, dessa forma, o empreendimento não é interessante.
Oficialmente, porém, o Ministério dos Transportes informa que está fazendo “os ajustes finais de conteúdo e forma do edital e do contrato de concessão”.
O governo insiste que as empresas não terão ganhos apenas com a execução da obra, mas também como concessionárias da linha.
A decisão do TCU para a Fico deixou o setor privado apreensivo em relação a futuras concessões ferroviárias. Há temor que a mesma linha seja aplicada ao outros seis trechos em estudo, o que levaria a cortes nas estimativas de custo de construção.
“Nossa grande preocupação é o TCU”, afirma o presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Rodolpho Tourinho. Segundo ele, há riscos de inviabilidade dos empreendimentos.