Depois de três de anos de forte declínio, o mercado brasileiro de caminhões e ônibus começa a mostrar os primeiros sinais de recuperação. Os licenciamentos junto ao Renavam, relativos ao ano de 2017, acusaram uma evolução de 5,05% em relação a igual período anterior, totalizando 67.168 unidades, ante 63.937 veículos emplacados em 2016.
A virada positiva foi resultado do bom resultado das vendas no último bimestre do ano, em especial de chassis de ônibus que totalizaram 15.099 unidades licenciadas, alta de 10,66% no comparativo com 2016. Já os caminhões, isoladamente, acusaram uma evolução de 3,53% no período, com 52.069 unidades emplacadas, versus 50.292 contabilizadas no ano retrasado. Os dados foram divulgados pela Fenabrave, que representa o setor de distribuição de veículos.
Para Sérgio Zonta, vice-presidente do segmento de caminhões e implementos rodoviários da entidade, o bom desempenho do setor revela que os empresários de transportes se mostram mais confiantes em relação à economia brasileira, sobretudo em relação ao agronegócio. “O bom movimento da safra incentivou a renovação da frota e incrementou a venda de caminhões extrapesados”, explica. No caso do mercado de ônibus, o aumento dos licenciamentos está relacionado à recuperação das margens de lucros, em função do reajuste das tarifas, notadamente do transporte urbano de passageiros.
Por conta desses bons resultados, a Fenabrave vê com otimismo o ano que se inicia. A entidade estima que os licenciamentos de caminhões podem alcançar 57 mil unidades em 2018, evidenciando uma alta de 9,5%. Os emplacamentos de ônibus, por sua vez, devem totalizar 15.900 veículos, o que resulta em uma evolução de 5,4% em relação à 2017. Tais números, é claro, estão bem distantes do recorde histórico alcançado em 2011, quando os licenciamentos de caminhões somaram 172 mil unidades. E ainda do ano de 2013, no caso dos chassis de ônibus, que chegaram perto da marca de 37 mil veículos.
Na visão de Alarico Assumpção, presidente da Fenabrave, esses números superlativos dificilmente serão superados nos próximos anos. “Pelas projeções da entidade, somente em 2021 a 2022 o Brasil voltará a superar a marca de 100 a 120 mil de caminhões, que é o tamanho estimado de nosso mercado”, atesta o presidente.