Referência em empilhadeiras, Jungheinrich vai ampliar as suas operações no Brasil

Engajada em iniciativas sustentáveis, multinacional alemã alia sua atuação corporativa à ações como o plantio de milhares de árvores na região da Mata Atlãntica

A alemã Jungheinrich, consolidada no país pela sua atuação em intralogística, está se preparando para expandir a sua operação no Brasil. O  novo centro de distribuição, que terá sede entre Brasília (DF) e Goiânia (GO),  promissora região na área de logística, deverá ser inaugurado ainda este ano e será munido com inovações tecnológicas. A aposta no mercado brasileiro pela companhia, notória pelo seu foco no mercado de empilhadeiras elétricas, vem junto com uma série de desafios e realizações na área de sustentabilidade, um dos pilares que têm se tornado sua marca registrada no mundo. “O aquecimento global é um dos temas mais fortes que temos hoje. Precisamos reduzir as emissões de CO2. Para se ter uma ideia, para se conseguir neutralizar a emissão de empilhadeira a gás, precisa-se se plantar 1160 árvores”, alega sem titubear, Vigold Georg, vice-presidente para a América Latina da companhia que ostenta a medalha de platina da EcoVadis, plataforma que avalia o grau de sustentabilidade das empresas, integrando o “Top 1%” das empresas mais sustentáveis do mundo.

Com 8 anos de companhia, Georg não esconde a preocupação no semblante quando se debruça sobre os indicadores nacionais referentes aos cuidados ambientais. “No Brasil, 52% do mercado ainda opta por empilhadeiras a gás. No momento em que o cliente renova a frota e colocamos no lugar um equipamento elétrico, não se precisa mais das 1160 árvores para neutralizar emissões de CO2, porque o equipamento a gás passa a não existir”, constata. Ele, que também tem como incumbência, mudar esse comportamento estimulando a adesão de modelos elétricos cada vez mais entre os empresários brasileiros, concedeu a seguinte entrevista à Frota&Cia:

Frota & Cia – Quais os planos para o Brasil para os próximos meses?

Vigold Georg – Estamos nos preparando para abrir a próxima filial na região entre Brasília e Goiânia. Temos muitos clientes nesse local. A nova filial  deverá ser inaugurada ainda nesse ano, e ganhará inovações tecnológicas. Esse galpão logístico vai se juntar à nossa estrutura atual, composta pela sede brasileira, localizada em Itupeva (SP), e às filiais em Belo Horizonte (MG), Cabo de Santo Agostinho (PE), São José dos Pinhais (PR), Itajaí (SC), Rio de Janeiro (RJ) e São Leopoldo (RS); Temos clientes em todo o Brasil. De Manaus (AM) ao Rio Grande do Sul (RS).  Trabalhamos o mercado diretamente, sem intermediários, conhecidos como “dealers”. Muitas empresas têm dealers. Nós atuamos direto no mercado.  Também estamos com planos de contratação. Nos últimos cinco anos aumentamos o nosso quadro de funcionários 3,5 vezes.

Frota &Cia – No que diz respeito ao setor de empilhadeiras, o mercado brasileiro tem suas particularidades que o diferem dos outros países?

Vigold Georg – O Brasil é um pouco conservador quando olha para a empilhadeira a combustão, a gás. Ele entende que, sendo a gás, é mais barata, mais robusta. Digo: esse comportamento tem mudado gradativamente, pois temos grandes clientes no Brasil que optam por modelos elétricos, olhando a sustentabilidade, e esse movimento tem acontecido cada vez mais.

E, em relação aos equipamentos a gás, vários fatores fazem com que o mercado ainda olhe esse tipo de equipamento, embora esse comportamento esteja diminuindo. Essa opção por equipamentos a gás tem por trás custos, já que trata-se de uma máquina mais barata, mas isso ocorre  só na hora de comprar.

Mas, se foi ver na ponta do lápis, todos os gastos de operação, e ainda o custo do gás e a manutenção,  os equipamentos elétricos são até mais baratos. Então essa impressão de custo menor por modelos a gás, se desfaz porque essa preferência é ocasionada pelo fato de que não inclui a análise do custo total da operação. É só considerar os seguintes pontos: O funcionário que dirige uma empilhadeira a gás precisa de um protetor auricular para protegê-lo do barulho; necessita de um adicional de periculosidade já que há a questão do cheiro do gás que pode ser inalado. Então há muitas variáveis que influenciam esses os custos dos modelos a gás, o encarecendo mais diante dos equipamentos elétricos, onde esses encargos não existem.

Frota &Cia – E como se dá essa divisão entre equipamentos a gás e elétricos no mercado brasileiro, atualmente?

Vigold Georg – No mercado brasileiro inteiro, as empilhadeiras a gás respondem por 52%, enquanto as elétricas representam 48% dos negócios. Na Europa, os modelos a gás respondem por apenas 18% do mercado e os equipamentos elétricos correspondem a 82%, segundo dados de 2022.  Nossos objetivos é mudar essa realidade, introduzindo a empilhadeira elétrica. Há ainda também os modelos a hidrogênio que são muito poucos até na Europa, e, no Brasil, desconheço a presença deles.  Estamos mais focados nas empilhadeiras elétricas com bateria de lítio. De cada 100 empresas que atendemos, temos como um dos nossos objetivos mudar essa realidade, introduzindo a elétrica cada vez mais. Estamos focados nas empilhadeiras elétricas, de cada 100 equipamentos no mercado, 75 são com baterias de lítio. Nós não comercializamos equipamentos a gás. E também prestamos assistência técnica aos clientes, focando muito na reposição de peças, o que é um grande diferencial, pois oferecemos uma robusta estrutura de pós-vendas, com 95% das peças em estoque.

 Frota&Cia – E como estão os investimentos em solo brasileiro?

Vigold Georg – O  investimento na frota brasileira soma cerca de R$ 600 milhões no acumulado dos últimos cinco anos, com aproximadamente R$ 150 milhões aplicados apenas em 2022. Com isso, a Jungheinrich tem hoje uma das maiores frotas de equipamentos elétricos locados no mercado nacional. Em termos de crescimento para este ano, no Brasil, devemos ter o mesmo ritmo de 2022, quando a companhia obteve um incremento de 5% nos negócios.

Frota&Cia – Quais os principais setores que a Jungueinrich atende no país?

Vigold Georg – O principal setor está na área de varejo, que são os supermercados. Também a indústria de alimentos e o setor farmacêutico. Mas estamos presentes em todos os segmentos, pois todos precisam de equipamentos. No agro, por exemplo, entramos nos fabricantes de máquinas e equipamentos, insumos e defensivos. Atendemos grandes players de mercado como Ambev, BASF, Heineken e M.Dias Branco.

Frota&Cia – Quais os maiores desafios enfrentados no país?

Vigold Georg – Transporte é desafio porque precisamos transportar para diversas localidades. E também conseguir profissionais qualificados fora de grandes centros para a parte de manutenção dos equipamentos. Já o câmbio tem impacto sobre nossos negócios, especialmente para nós que importamos equipamentos. Juros também é uma questão relevante, pois estão ligados ao custo do capital, e incide nos preços de locação dos equipamentos, pois nós precisamos financiar esses equipamentos que locamos aqui.

 

Frota&Cia – A Jungueinrich tem chamado a atenção do mercado muito pelas suas ações na área ambiental. Como está a agenda da companhia nessa área?

Vigold Georg – O aquecimento global é um dos temas mais fortes que temos hoje. Se quisermos fazer algo, precisamos reduzir as emissões de CO2. Para se ter uma ideia,  para se conseguir neutralizar a emissão de uma empilhadeira de gás, precisa-se de 1160 árvores. Ou seja, o meio ambiente ganha em dobro quando cada equipamento a gás é trocado por um elétrico. No momento em que o cliente renova a frota e colocamos no lugar equipamento elétrico, não se precisa mais das 1160 árvores para neutralizar o impacto de CO2 porque o equipamento não existe mais. Temos uma parceria com a Copaíba, ONG reconhecida globalmente. E já investimos 500 mil reais nessa campanha, desde 2021, com a plantação de 16 mil árvores na região de Socorro, situada em uma importante área no interior de abastecimento de água no estado de São Paulo e a empresa tem a intenção de adquirir novas áreas futuramente.  Além de estarmos colaborando para a recuperação da Mata Atlântica, considerada um dos dez hotspots globais. E ainda tem o papel social, pois ajudamos os pequenos agricultores com reflorestamento. Outra novidade nessa área, promovida pela Jungueinrich, é um livro que está para ser lançado, voltado a jovens de 7 a 14 anos, sobre a Mata Atlântica, produzido em parceria com a ONG Copaíba e que sairá pela editora MOL.

 

 

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