JAC inicia obra de fábrica na Bahia com foco no Nordeste

O enterro de um automóvel marcou ontem o início das obras da fábrica da JAC

O enterro de um automóvel marcou ontem o início das obras da fábrica da JAC

O enterro de um automóvel marcou ontem o início das obras da fábrica da JAC Motors no Brasil, primeiro empreendimento iniciado sob o novo regime automotivo, anunciado pelo governo em setembro. A unidade, capaz de produzir 100 mil carros por ano, será erguida no município de Camaçari, na Grande Salvador, e terá como foco o emergente mercado consumidor da região Nordeste.

Durante a solenidade de lançamento da pedra fundamental, o sócio e presidente da JAC Motors no Brasil, Sergio Habib, foi veemente nos elogios ao pacote automotivo do governo. “O Inovar Auto não teve o que todo mundo queria, mas teve um pouco do que todos precisavam e viabilizou completamente a nossa fábrica”, disse o empresário.

Presente à solenidade, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que o início das obras consolida as novas regras para o setor. Segundo ele, seis montadoras (JAC, Nissan, Renault, Peugeot, Mitsubishi e Toyota) já foram habilitadas no Inovar Auto e outras 35 estão “em processo de habilitação”.

Sobre o destino dos carros “made in Brazil” da JAC, que deve iniciar a operação em 2014, Habib mencionou por varias vezes o mercado automotivo do Nordeste. “São Paulo é hoje um mercado de reposição. Quem tem que ter carro, já tem. O Nordeste é diferente. É uma avenida de crescimento, tem um mercado maior do que a Holanda e a Bélgica juntas”, comparou o empresário, antes de revelar que o market share da JAC no Nordeste é superior ao de São Paulo.

Habib aproveitou, inclusive, a presença do governador da Bahia, Jaques Wagner, para manifestar preocupação com a mobilidade urbana em Salvador. O empresário reivindicou a construção de novas avenidas na cidade para absorver o fluxo crescente. “Tenho certeza de que Salvador será um mercado de 14 mil carros por dia daqui a 20 anos”, estimou. Atualmente, vende-se 7 mil carros por dia na capital baiana.

O governador aproveitou a vitrine. Disse que está muito próximo de anunciar outra montadora chinesa na Bahia. Ele se referia à Foton Motors, fabricante de ônibus e caminhões leves, cujo investimento estaria “praticamente fechado”.

O investimento, segundo o governador, consolidaria a criação de importante polo automotivo na região de Camaçari que contaria, além das montadoras já existentes (Ford e, agora, a JAC), com uma gama de empresas fornecedoras de autopeças, inclusive chinesas. Porém, ao sair sem atender a imprensa, Habib não falou sobre a cadeia de suprimento da JAC na Bahia.

O presidente do conselho de administração da JAC, o chinês An Jin, se disse satisfeito com o curto período no qual a empresa se tornou conhecida dos brasileiros ao ponto de anunciar a construção de uma fábrica. O executivo garantiu ainda que a montadora chinesa trará novas tecnologias ao Brasil e investirá em pesquisa e desenvolvimento.

Após o discurso das autoridades, foi enterrado no terreno da fábrica o primeiro carro trazido pela JAC para o Brasil, em 2011. O modelo J3, com pouco mais de 200 mil quilômetros rodados, foi enterrado repleto de objetos como computadores, celulares, fotos e até mesmo garrafas de refrigerante. O carro será retirado em 2032, quando os chineses já esperam estar muito bem acomodados no mercado automotivo brasileiro.
Valor Econômico

Compartilhe nas redes sociais

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, entre com seu comentário
Por favor, entre com seu Nome aqui!