Inteligência Artificial automatiza logística

Ferramenta pioneira na América Latina utiliza inteligência artificial para decisões autônomas em tempo real, reduzindo falhas, custos e processos

Por Gustavo Queiroz

- outubro 1, 2025

Logística dinâmica

A logística autônoma deu um salto significativo com o lançamento de uma plataforma movida por cinco agentes de inteligência artificial especializados. Estes sistemas operam de forma contínua e integrada, gerenciando operações de ponta a ponta sem intervenção humana. Utilizando um fluxo constante de dados contextuais, comportamentais e históricos, a tecnologia é capaz de identificar riscos, otimizar processos de forma proativa e prevenir falhas antes mesmo que ocorram. A arquitetura técnica é baseada em agentes autônomos, cada um atuando em um domínio específico – como segurança, análise de dados ou roteirização –, mas todos integrados e compartilhando a mesma base de dados operacional para garantir coerência nas decisões.

Os agentes atuam como uma camada estratégica dentro da operação, antecipando problemas e agindo proativamente para evitá-los“, explica Sérgio Simões, diretor de Growth da SimpliRoute. A comunicação e orquestração entre eles são regidas por uma lógica que prioriza regras customizáveis pelo cliente, como segurança sobre eficiência, em caso de sobreposição de objetivos. Não há um supervisor único, mas um mecanismo que garante a harmonia das ações com base nas informações concretas da operação. A latência para respostas é crítica; desde a detecção de um evento, como um desvio de rota, até a execução de uma ação corretiva, a resposta ocorre em questão de segundos, graças à integração em tempo real com os dados.

Estímulo externo

Sérgio Simões, diretor de Growth da SimpliRoute
Sérgio Simões, diretor de Growth da SimpliRoute | Foto: Divulgação

A segurança recebeu um agente dedicado, crucial diante dos R$ 1,2 bilhão em mercadorias roubadas nas estradas em 2024 e mais de 34 mil acidentes registrados pela Polícia Rodoviária Federal no primeiro semestre de 2025. Este sistema monitora riscos em tempo real, cruzando dados de GPS com telemetria do veículo, condições de trânsito e clima. Para diferenciar um desvio legítimo de um potencial roubo, a tecnologia pode, por exemplo, disparar uma ligação automática para o motorista a fim de verificar a situação. Caso confirmado um problema, age de forma autônoma, enviando alertas e ajustando planos.

O processo de implantação combina um núcleo padronizado com a necessária customização para integrar os dados específicos de cada operação. A velocidade e precisão dos agentes dependem diretamente da maturidade e confiabilidade desses dados. Para situações imprevistas ou limites não treinados, o sistema é projetado para registrar o evento, que se torna insumo para aprendizado e evolução contínua da inteligência artificial. “Estamos diante de uma mudança de paradigma. A logística do futuro será baseada em inteligência contínua, onde os sistemas não apenas recomendam, mas agem. E é exatamente isso que estamos entregando com nossos agentes de IA“, conclui Simões.

Entregas frustradas

Um dos grandes desafios do setor abordado pela tecnologia são as tentativas frustradas de entrega, que oneram custos e impactam a experiência do cliente. Dados internos indicam que empresas realizam em média três tentativas por pedido, com custos de reentrega podendo chegar a 50% do valor do frete original. Um estudo do grupo Descartes Systems reforça o impacto negativo ao revelar que 63% dos consumidores que experienciam problemas de entrega tomam ações contra a empresa. Para mitigar isso, agentes de inteligência artificial (IA) automatizam a comunicação com destinatários, reagendam entregas e validam endereços automaticamente.

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