Instabilidade no preço do diesel alerta transportadores

Sendo um dos principais insumos do transporte, instabilidade no preço causa preocupação com possível perda de clientes

Diesel

Um dos principais insumos do transporte rodoviário, o diesel, que representa, em média, 35% das despesas totais das prestações de serviços, volta a apresentar instabilidade e alerta o setor. Mesmo repassando os custos para o frete, esse tipo de situação gera perda de clientes, que buscam estabilidade nos custos.

Raquel Serini, coordenadora de projetos do Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), explica que o aumento no preço do diesel no início do ano pode ser atribuído à reintrodução de um conjunto de impostos federais (PIS/Cofins) sobre o combustível após a redução temporária das alíquotas federais em 2022.

“Embora a Petrobras tenha anunciado cortes nos preços de venda nas refinarias, a restituição do imposto resultou em um acréscimo de R$0,03 por litro nos postos, marcando a primeira alta desde novembro. Ainda que parte do aumento da carga tributária tenha sido compensada pelo último corte nas refinarias, a tendência para 2024 dependerá das políticas governamentais em relação aos impostos sobre combustíveis”.

Como lidar

Visto que as empresas estão sujeitas a essas políticas que vão de encontro diretamente com os custos do setor, Serini levanta estratégias que podem ajudar a passar por esse momento incerto.

“Algumas estratégias incluem investir em tecnologias e práticas para usar o combustível de forma mais eficiente e encontrar rotas mais inteligentes. Usar veículos mais econômicos também é importante para manter os custos sob controle diante das constantes mudanças nos preços do diesel”.

Políticas de redução no preço

No final de 2023, a Petrobras anunciou uma redução no preço do diesel para as distribuidoras em R$0,30, equivalente a 7,9%. Porém, o preço médio do óleo diesel no país voltou a subir na primeira semana de 2024, sendo vendido aos consumidores nos postos por R$5,89, em média. O aumento colocou fim a 8 semanas consecutivas de queda no preço do insumo.

A coordenadora explica que esse aumento pode ser influenciado por uma série de fatores: Preço do Petróleo, Taxa de Câmbio, Carga Tributária, Custos Logísticos, Política de Preços da Petrobras e Demanda e Oferta influenciam diretamente.

Para Serini, um mecanismo viável para maior estabilidade nos combustíveis nos próximos anos seria a mudança das alíquotas de impostos que incidem sobre os combustíveis atrelados à alteração da cotação do barril. Além disso, criar incentivos efetivos e financeiramente vantajosos para a presença de fontes renováveis (eletrificação) diminuiria a dependência ao diesel, aumentando a oferta e movimentando o mercado, trazendo redução de preços.

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