Governo do Paraná recebe crédito para recuperação de estradas

De acordo com o SETCEPAR, medida anunciada é animadora, mas ainda não é o suficiente

Paraná

O governo do estado do Paraná recebeu R$395 milhões da operação de crédito Avança Paraná II, contratada junto ao Banco do Brasil, montante que será direcionado a obras realizadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER/PR) e pela Agência de Assuntos Metropolitanos (Amep). Isso despertou uma expectativa para o segmento de transportes, visto que os problemas nas estradas eram um motivo de preocupação entre os empresários.

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) constatou que 59% das rodovias paranaenses são consideradas regulares, ruins ou péssimas. Esse resultado leva em consideração que, de acordo com os estudos realizados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), e com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, oito municípios do Paraná estão dentre as 100 maiores economias do Brasil.

Apesar disso, a infraestrutura do estado tem sido alvo de críticas de diversos setores importantes para a economia paranaense, como o transporte rodoviário de cargas, principal meio de escoamento da produção do estado, que liga diretamente o agronegócio com o porto e a indústria com o comércio.

Investimento importante

Silvio Kasnodzei, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), comenta que o investimento realizado é de extrema importância para o setor, já que a maioria das rodovias está deteriorada.

“Apesar de ser visto como um estado rico e em evolução, o Paraná perdeu muito tempo devido à falta de investimentos assertivos. Entendemos que esse valor anunciado é importante e significativo, mas ainda não será suficiente para recuperarmos na sua totalidade o tempo deixado para trás ao longo dos últimos anos, principalmente observando que o estado é muito grande em dimensões e em população”.

Uma das queixas do presidente é o fato de que grande parte das rodovias que ligam o porto até as regiões produtoras não é duplicada, o que acaba atrapalhando a logística do setor. Esse problema é um dos observados pela operação de crédito Avança Paraná II, que anunciou que, pelos próximos 30 anos, 19 trechos de estradas receberão intervenções como duplicações e implantação de terceiras faixas, obras estruturantes para elevar a qualidade dos trechos concedidos, além de tecnologias para maior segurança viária.

“É difícil imaginar que para chegar até o segundo porto do Brasil (Porto de Paranaguá) temos somente uma opção rodoviária, onde precisam transitar cargas vindas de outros estados e até de países vizinhos. Além disso, a maior parte das rodovias que ligam o Porto até as regiões produtoras não é duplicada. Felizmente percebemos que os nossos governantes estão cientes do problema, e juntos superaremos os desafios. É assim que o transporte rodoviário de cargas paranaense vê esse cenário com os novos investimentos no nosso estado”, comentou Silvio.

Avança Paraná

A colaboração entre o governo do estado e o governo federal resultou na criação conjunta do projeto, que servirá como referência para futuras concessões rodoviárias em todo o país. O Avança Paraná II visa melhorar a infraestrutura de transporte e logística tanto em áreas urbanas como em áreas rurais, dando suporte ao desenvolvimento social e econômico do estado. Segundo o diretor de projetos da Secretaria de Planejamento do Paraná (SEPL), Marcos Marini, o estado ainda receberá em 2024 e 2025 mais duas parcelas de R$495 milhões, todas elas destinadas à infraestrutura.

Vale lembrar que no último dia 30 de janeiro o governador do Paraná Carlos Massa Ratinho Junior afirmou, durante cerimônia no Palácio do Planalto, que marcou a transferência de 1,1 mil quilômetros de rodovias estaduais e federais às concessionárias vencedoras dos leilões.

Segundo ele, isso encerra um capítulo triste no sistema rodoviário paranaense, já que as antigas concessões, cujos contratos foram encerrados em 2021, tiveram uma série de problemas, com tarifas caras e falta de obras.

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