Escassez de containers eleva em 427% o preço dos fretes de importação

Os dados da Kestraa apontam para um aumento que iniciou pouco antes de março de 2020

ABEIFA

Escassez de containers eleva o preço do frete de importação da Ásia para o Brasil em até 427%. Os dados foram levantados pela Kestraa e constatou que o maior valor foi registrado em fevereiro de 2022, quando chegou a custar US$ 10 mil, 427% a mais que em fevereiro de 2020.

O movimento de aumento dos preços teve início pouco antes do começo da pandemia, em março de 2020, se agravando com o lockdown, que provocou o fechamento das fronteiras e comércios. A mediana do frete da Ásia, um dos principais importadores do Brasil, foi de US$ 1,9 mil, em janeiro de 2020, para US$ 9,8 mil, em janeiro de 2022, elevação de 416%.

Entre junho de 2020 e junho deste ano, houve aumento de 363% nos fretes de importação da Ásia, com preços cotados em US$ 6,67 mil no mês passado.

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O cálculo foi feito com base nas medianas de preços envolvendo mais de 12 mil cargas transportadas entre Brasil e outros países desde 2020. A metodologia exclui transações muito mais caras e muito mais baixas do que a média, para evitar discrepâncias.

Ainda no comparativo entre os anos de 2020 e 2022, a mediana do preço do frete global para o Brasil saiu de US$ 1,6 mil para US$ 2,6 mil, um aumento de 67%.

Apesar do frete global registrar uma redução de 24% em junho de 2020, quando atingiu US$ 1,2 mil, os preços continuaram a subir. Em 2022, alcançou a marca de US$ 2,7 mil, elevação de 122% se comparado ao mesmo período.

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“Uma quantidade significativa de containers foi retirada do mercado para uma reestruturação necessária ao período de isolamento, no entanto, mesmo após a reabertura esse número permaneceu reduzido, aumentando a demanda por mais rotas e equipamentos, o que contrasta com a redução de ofertas, elevando os preços”, explica Marcelo Matos, sócio fundador da Kestraa, startup focada em gestão de comercio exterior.

A diferença entre os preços do frete global e do frete da Ásia é explicada pelo modal utilizado para transportar a carga, podendo ser usado modais terrestres, entre países da América do Sul, e modais marítimos e aéreos, entre países mais distantes. Contudo, o aumento dos valores para modais iguais deve-se à alta busca para pouca oferta.

“Houve uma época na qual o frete era considerado uma commodity, eram muitos containers disponíveis, com fretes da China para o Brasil custando até 150 dólares. Na pandemia, essa oferta diminuiu, então o frete aumentou muito. Com a disponibilidade de operadores reduzida, dificilmente haverá o mesmo número de equipamentos preparados para fazer embarques”, completa.

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